04 março 2014

Carnaval ajuda a espalhar a "doença do beijo"

Foto: reprodução

Se o diagnóstico estiver correto, o país pode ter que enfrentar uma verdadeira epidemia, causada, acreditem, pela mononucleose, ou "doença do beijo", que é transmitida pelo vírus Epstein-Baar a partir do contato com a saliva contaminada e fica incubada por até 45 dias depois do contágio, o que significa que, até lá, os sintomas podem nem aparecer.

Eliane Iokote, infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que o diagnóstico não é simples, já que o problema é frequentemente confundido com o de outras viroses cujos sintomas gerais são semelhantes. Febre, tosse, dor na garganta e no corpo, gânglios no pescoço e manchas avermelhadas na pele são os mais comuns. A enfermidade atinge em maior número os jovens e adolescentes com idades entre 15 e 25 anos, justamente a faixa da população que está vivendo as primeiras experiências amorosas.

- Depois que temos contato com o vírus pela primeira vez, quando novos, o corpo cria uma memória imunológica que impede que tenhamos a doença novamente, depois de velhos - disse Eliane, explicando que a maioria das pessoas já teve a doença do beijo e não ficou sabendo.

- A distância entre o contato com o vírus e o surgimento dos sintomas faz com que seja difícil afirmar se era mononucleose ou outra virose - revela a especialista.

Os lugares frequentados nos últimos dias, o momento em que surgiram os incômodos e, se possível, se o paciente esteve em contato com pessoas que estavam doentes, são as informações necessárias para um diagnóstico preciso. O tratamento é prescrito pelo clínico dependendo do quadro de cada paciente.

- Costumamos tratar apenas dos efeitos da virose, e para isso usamos o que chamamos de medicação sintomática. Na maioria das vezes, analgésicos e antitérmicos - conta Eliane.

Mas o beijo não é o único responsável pelo problema. A simples conversa com o rosto próximo ao da outra pessoa também favorece a transmissão.

- Uma gota de saliva já é o suficiente - afirma Eliane, explicando que para se prevenir, o folião precisaria não beijar pessoas com o problema, o que é quase impossível diante da dificuldade de identificação dos portadores do vírus.

E agora, José? A gente beija ou não beija?





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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