Pesquisa de Harvard e de centro finlandês conclui que aerogeradores produziriam 5 vezes o consumo atual
Alexandre Gonçalves
O vento pode suprir as necessidades energéticas do mundo, segundo estudo publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). A notícia é um bom presságio para os defensores das fontes limpas de energia. A matriz eólica, como a solar, suscita esperanças na luta contra o aquecimento global.
Tire suas dúvidas sobre o potencial da energia eólica no mundo
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e do Centro de Pesquisa Técnica VTT, da Finlândia, dividiram o globo em áreas de 3,3 mil quilômetros quadrados. Analisaram, então, a velocidade do vento nas secções localizadas fora das zonas urbanas, das florestas e das geleiras, ou seja, onde seria possível instalar torres para capturar a energia do vento - os aerogeradores (mais informações nesta página).
Mesmo áreas no mar foram consideradas no estudo, mas limitadas a regiões onde a profundidade é inferior a 200 metros e a distância da costa não excede 92,6 quilômetros.
Os cientistas determinaram então a energia que poderia ser produzida em cada turbina eólica com base na velocidade local do vento, na densidade do ar, no possível espaçamento dos aerogeradores e no tamanho das hélices.
Os aerogeradores implantados em terra firme conseguiriam produzir o equivalente a 40 vezes o consumo mundial de eletricidade e cerca de cinco vezes o consumo de energia em todas as suas formas. Os pesquisadores consideraram para o experimento o uso de turbinas de 2,5 megawatts com aproveitamento médio superior a 20% durante o ano.
Nos Estados Unidos, por exemplo, seria possível produzir 16 vezes o consumo atual de eletricidade do país.
Um dos autores do estudo, Michael McElroy, da Universidade Harvard, considera essencial um esforço global para viabilizar o uso da energia eólica em todo o mundo. "Também seria necessário reformar o sistema de distribuição de eletricidade atual", aponta McElroy.
BRASIL
Se os cálculos para o Brasil estiverem certos, só os aerogeradores terrestres produziriam, no mínimo, cerca de 14 vezes a eletricidade consumida no País. Para os aerogeradores marítimos, a proporção seria mais modesta: cerca de três vezes as necessidades brasileiras de energia elétrica.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ênio Bueno, especialista em energia eólica, pondera que o estudo leva em conta apenas o potencial de aproveitamento dos ventos para geração de energia. "Seria preciso considerar também a viabilidade técnica em cada local e a viabilidade financeira", aponta. "Isso reduz muito a previsão dos pesquisadores." Estudo dos técnicos do Inpe, divulgado pelo Estado em janeiro, mostra que os ventos brasileiros podem atender mais de 60% do consumo nacional de energia de forma competitiva. Com o barateamento progressivo da tecnologia, o porcentual deve aumentar.
Atualmente, menos de 1% da energia consumida no país é gerada por vento.
Fonte: www.estadao.com.br (confira)
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Viabilidade técnica tenho certeza que o Brasil tem.
Viabilidade financeira tenho certeza que o Brasil tem também.
Ventos também.
Logo,... o que falta é vontade!
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Na crise energética atual, as perspectivas da utilização da energia eólica são cada vez maiores no panorama energético geral, pois apresentam um custo reduzido em relação a outras opções de energia.
ResponderExcluirEmbora o mercado de usinas eólicas esteja em crescimento no Brasil, ele já movimenta 2 bilhões de dólares no mundo. Existem 30 mil turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo, com capacidade instalada da ordem de 13.500 MW.
A energia eólica pode garantir 10% das necessidades mundiais de eletricidade até 2020, pode criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir a emissão global de dióxido de carbono na atmosfera em mais de 10 bilhões de toneladas.
Os campeões de uso dos ventos são a Alemanha, a Dinamarca e os Estados Unidos, seguidos pela Índia e a Espanha.
No âmbito nacional, o estado do Ceará destaca-se por ter sido um dos primeiros locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico, que já é consumido por cerca de 160 mil pessoas. Outras medições foram feitas também no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, litoral do Rio de Janeiro e de Pernambuco e na ilha de Marajó. A capacidade instalada no Brasil é de 20,3 MW, com turbinas eólicas de médio e grande portes conectadas à rede elétrica.
Vários estados brasileiro seguiram os passos do Ceará, iniciando programas de levantamento de dados de vento. Hoje existem mais de cem anemógrafos computadorizados espalhados pelo território nacional. Um mapa preliminar de ventos do Brasil, gerado a partir de simulações computacionais com modelos atmosféricos é mostrado na figura abaixo.
Considerando o grande potencial eólico do Brasil, confirmado através de estudos recentes, é possível produzir eletricidade a custos competitivos com centrais termoelétricas, nucleares e hidroelétricas, com custo reduzido.
Viram o que eu disse? É só dar um pouco de linha que o Carlos Roberto põe a pipa lá no alto!
ResponderExcluirO tema dessa postagem é muito interessante e sua leitura faz concluir que a AnaKris tem razão: o que está faltando é vontade política, é criatividade, vontade de buscar novas opções, novas vias de energia.
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