24 maio 2010

O direito ao conhecimento e informação


Ao invés de projetos faraônicos como A TORRE DAS OLIMPÍADAS DE 2016, por exemplo, por que os governos, principalmente o federal, que detém os maiores recursos, não investe mais na inclusão digital? Por que não abrir de vez para o cidadão o horizonte da informação e conhecimentos contido na Internet, independentemente de sua classe social?



A propaganda do governo federal, que só nos primeiros meses desse ano eleitoral já consumiu cerca de R$ 240 milhões, exatos 63% a mais que no mesmo período de 2009, costuma propagar aos quatro ventos que está providenciando recursos para a liberação da banda larga no Brasil. Chegou-se até mesmo a falar em uma banda larga subsidiada para financiar os serviços destinados às camadas de baixa renda. Pelo menos foi o que deu a entender Cezar Alvarez, coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal, que perguntou numa entrevista dada ao ESTADÃO:


- Por que, em um serviço como esse, de interesse público, todos têm que pagar a mesma coisa? Se, na água e na luz, pode ter tarifa diferenciada, por que não nas telecomunicações?".

Fazer propaganda é muito fácil, principalmente em ano de eleições e com o dinheiro do povo!

Segundo projeções do Ibope Nielsen Online, nada menos que 62,3 milhões de pessoas com mais de 16 anos têm acesso à web no Brasil, número que em maio do ano passado era de 41,565 milhões de pessoas. No contingente populacional apontado nas projeções estão tanto os brasileiros que possuem Internet em casa quanto aqueles que acessam do trabalho, escola, lan houses, bibliotecas e telecentros.


Ainda segundo o Ibope Nielsen Online, o Brasil é líder entre os países que ficam mais tempo navegando na Internet. De acordo com a pesquisa, o tempo médio em um mês é de 40 horas e 41 minutos, contra 38 horas e 58 minutos nos Estados Unidos e 34 horas e 15 minutos no Reino Unido.

O problema é que quase metade dos usuários da Internet no Brasil, cerca de 32 milhões de pessoas, conectam-se à rede por meio de lan houses precárias e ilegais, na maioria da vezes.

Dados colhidos pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação mostram que 74% dos usuários de Internet das classes D e E recorrem às lan houses para suprir as lacunas de entretenimento ou em busca de soluções digitais instantâneas e baratas.

Nas regiões mais pobres das grandes cidades brasileiras, ou nos rincões do país, oito em cada dez lan houses são clandestinas. A estrutura é improvisada, a conexão é lenta, e muitas vezes os computadores têm que ficar abertos para que seus dispositivos suportem o calor.

É bem verdade que essa “dependência” das lan houses está diminuindo: até 2009, a maior parte dos internautas brasileiros se conectava à rede por meio de lan houses, mas a partir de 2010, pela primeira vez, a maioria dos acessos passou a ser feito das residências. Mas é muito pouco, ao menos diante da propaganda oficial e dos impostos que pagamos! O cidadão quer mais, e tem direito a isso!

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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4 comentários:

  1. Muito bom o seu post! Parabéns pela escolha do tema.
    Ah, seu Blog está muito bom estou seguindo você.
    Beijos,
    Mari

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  2. Muito bom seu texto, bem detalhado de fácil leitura e entendimento.
    Abraços forte

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  3. Excelente texto! Claro e sem firulas! Assim como os anteriores, nos quais já andei dando uma espiada.
    Como a internet representa, atualmente, a linha do horizonte do nosso futuro, sou de opinião de que seu acesso deva ser facilitado para todos, mas também penso que o governo não tem o direito de usá-la apenas para fazer propaganda eleitoral e, depois, nada fazer para praticar a inclusão de toda a sociedade.
    É nosso dever de cidadãos cobrar e exigir dos nossos governantes tudo aquilo que nos é prometido.
    Parabéns pelo blog! Excelente! Prometo virar "freguês".

    Abraço.

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  4. Com certeza a inclusão digital ainda é um problema a ser resolvido e,
    muito embora os números apontem o Brasil como o país de maior permanência conectado à rede, a distribuição destes recursos se faz de forma precária, descomedida.

    Excelente texto Carlos,
    indiquei um selo para você no meu blog

    Grande abraço

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