Quem conhece o Dando Pitacos sabe perfeitamente do nosso envolvimento com as causas ambientais, que só não é maior, reconhecemos, porque a nossa estrutura ainda não permite.
Ainda assim, vários foram os temas até aqui discutidos pelo blog, e hoje queremos acrescentar a essa lista de debates a polêmica construção da Usina de Belo Monte, influenciados por uma postagem feita no Zona de Equilíbrio, liderado pelo jovem Apoena Teixeira, que conta com a ajuda de Ana Flávia Milazzo, Beatriz, Andréia, Claudio Ferreira, Cecília, Caroline Derschner, Luciana Dias e Neimar Soares.
Os últimos acontecimentos, como as terríveis enchentes na Austrália, as nevascas nos Estados Unidos, e aqui entre nós, as chuvas que tanta destruição causaram e ainda vem causando a cidades paulistas, mineiras e região serrana do Rio de Janeiro – RJ, com destaque para a cidade de Nova Friburgo, quase varrida do mapa, deveriam servir de alerta para os governos e líderes mundiais acerca da necessidade de se preservar o Planeta, de se proteger um pouco mais o meio ambiente. Infelizmente, ao contrário disso, o homem continua a destruir, a devastar, a pensar apenas nos projetos de resultados imediatos, e mais que isso, no lucro fácil da corrupção, esquecendo-se do futuro das gerações que vão nos suceder.
Por isso, resolvemos aderir ao movimento iniciado pela Avaaz, uma organização sem fins lucrativos ou financiamentos de governos e corporações, e assinar a petição que está em seu portal, o que você também pode fazer clicando aqui. A mensagem levará o seguinte apelo à presidente Dilma Rousseff:
"Nós pedimos que a senhora impeça a construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. Ao invés deste projeto desastroso do ponto de vista ambiental, social e econômico, por favor, invista em eficiência energética e fontes verdadeiramente limpas e renováveis; proteja os direitos de populações indígenas e comunidades locais; e apóie o desenvolvimento sustentável que protege vidas e ecossistemas".
Com bem destacou o Zona de Equilíbrio, a Usina de Belo Monte vai cavar no coração da Amazônia um buraco maior que o Canal do Panamá, “alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região”, com o objetivo único de beneficiar um sem número de empresas, que irão lucrar com a construção e operação da barragem, além, é claro, de facilitar o desvio de milhões de reais em recursos público, que é o que sempre acontece em projetos faraônicos dessa natureza.
Por causa da obra, destacou também o Zona de Equilíbrio, Abelardo Bayama Azevedo, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA foi exonerado do cargo “a pedido” por “motivos pessoais”, no último dia 12 de janeiro. Ele substituiu Roberto Messias Franco em abril de 2010, também dispensado em razão das pressões pela liberação de licenciamentos ambientais, a mesma razão que motivou a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente.
Ainda de acordo com o Zona de Equilíbrio, se for construída, a hidrelétrica vai “inundar 100.000 hectares de florestas, impactar centenas de quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo comunidades indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto de R$ 30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar de ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, gerando apenas 10% da sua capacidade no período da seca, de julho a outubro”.
Paulo Celso Villas-Bôas, presidente da Fundação Villas-Bôas, profundo conhecedor do assunto, escreveu na Retrans – Rede Cultural Holista, que quem mais protesta são os indígenas, e que “ainda vai morrer muita gente”, mas eles não são ouvidos e suas mortes não são divulgadas pela mídia, parecendo que “para muitos índio não é gente”.
Segundo ele, a região próxima a Altamira é habitada pelos indígenas das comunidades Juruna, Xipaya, Kuruaya, Arara do Baixo, Xicrin, Kayapó (Kararaô), Assurini, Araweté, Parakanã e Arara. Praticamente todos serão atingidos pelos efeitos da barragem.
Villas-Bôas afirma ainda, que Belo Monte faz lembrar Itaiupu, já que os Ávas Guaranis, que tanto sofreram e ainda sofrem com a construção da barragem, hoje estão na miséria, passando fome, sujeitos à prática de genocídios, “e ninguém toma providencias”.
Acrescenta ele, que o projeto do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte precisa refazer os estudos de natureza antropológica sobre os povos indígenas habitantes da bacia do Rio Xingu, além de uma melhor avaliação dos impactos ambientais para os povos indígenas, e claro, uma proposta digna de compensação para as comunidades por eles formadas.
- Se fosse nos EEUU, os índios também estariam nos dividendos desse empreendimento. Aqui os índios são empecilhos aos olhos do governo – finaliza Villas-Bôas.
Não deixe de assistir o vídeo abaixo. Ele tem a narração da bela atriz Dira Paes, e mostra, de forma detalhada e técnica, toda a destruição que será causada em pleno coração da Amazônia pela construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Saudações!
ResponderExcluirAmigo Roberto:
O seu artigo é verdadeiramente de grande relevância.
Eu assino tudo o que você alinhou. A bendita construção será mais um aleijo encravado em plena selva que beneficiará a fina flor da rapinagem do planalto.
A obra, com certeza, passará sobre inúmeros cemitérios indígenas e será naqueles momentos que as almas farão um levante. Elas perseguirão por um século os construtores, governantes e todos os demais beneficiados com a obra.
Os índios, herdeiros e filhos legítimos daquele torrão devem ser transformados em pedintes na região e os idealizadores do projeto terminarão os seus dias numa UTI abandonados pelas raposas felpudas do poder e seus familiares haverão de pagar pela agressão ao meio ambiente até a sétima geração. E todos aqueles que se apossarem dos tesouros do subsolo, -patrimônio dos índios – terminarão os seus dias nas masmorras gélidas do inferno.
Parabéns por mais uma excelente matéria!
Parabéns pelo ótimo Post!
Abraços fraternos,
Lison Costa.
Que assim seja, Lison!
ResponderExcluirEles não merecem outro destino! Afinal, quem semeia ventos, colhe tempestades!
Um grande abraço...
Oi Carlos,
ResponderExcluirMuito boa a sua postagem, bem mais profissional que a a do Z.E.
Fico muito feliz pela sua colaboração e feliz por compartilhar da mesma opinião.
Um projeto dessa natureza deve ser melhor analisado, não se deve tirar algo gigantesco assim da cartola do dia pra noite como querem, é preciso haver um debate melhor sobre outras formas de obtenção de energia menos impactante pra região.
Que o Brasil um dia no futuro consiga servir de exemplo, mas para isso as decisões corretas deverão ser tomadas no presente.
Abraços
Apoena
Apoena:
ResponderExcluirSeu trabalho é tão profissional como meu, tanto que gostei muito do seu blog.
A nossa luta, a defesa do meio ambiente, é uma tarefa árdua e muito difícil. O Brasil ainda é um país muito atrasado em termos de educação ambiental, e só agora começa a acordar para o tema.
A construção da Usina de Belo Monte vai atender a muitos interesses econômicos e políticos. Em temos de dinheiro, será uma festança, inclusive no que se refere à corrupção.
É por isso que acho o seu trabalho importante!
Um abração...