Vocês ainda lembram do post sobre a tentativa do Ministério Público paranaense de proibir um anúncio de rádio gravado pelo ator americano Dustin Hoffman, não lembram? Pois bem! Agora é a Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM, da Presidência da República, que quer suspender uma campanha da fabricante de roupas íntimas Hope, estrelada pela modelo brasileira Gisele Bündchen. Um ofício nesse sentido foi enviado pelo órgão ontem (27/09) ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - Conar.
Os vídeos (que eu juntei num só) são da campanha “Hope Ensina”, e mostram Gisele contando ao marido que bateu seu carro e estourou o limite do cartão de crédito. Primeiro ela fala vestida normalmente, e logo depois, apenas de lingerie, mais linda do nunca. Segundo a propaganda, o primeiro comportamento seria errado e o segundo o certo.
De acordo com uma nota divulgada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM, “a campanha da empresa "ensina" como a sensualidade pode deixar qualquer homem "derretido". Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu "charme" (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano”, o que já teria gerado seis reclamações de pessoas “indignadas” com a propaganda desde que ela foi ao ar pela primeira vez.
"A propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os artigos 1° e 5° da Constituição Federal", completa a nota da SPM.
Será que há motivo pra todo esse barulho? Essa turma não tem mais o que fazer? Veja o vídeo.
A empresa, também por meio de uma nota, disse que a propaganda teve o único objetivo de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da mulher brasileira pode ser uma arma eficaz no momento de dar uma má notícia, e que vestindo uma lingerie Hope o seu poder de convencimento seria ainda maior.
"Os exemplos nunca tiveram a intenção de parecer sexistas, mas sim, cotidianos de um casal. Bater o carro, extrapolar nas compras ou ter que receber uma nova pessoa em sua casa por tempo indeterminado são fatos desagradáveis que podem acontecer na vida de qualquer casal, seja o agente da ação homem ou mulher", tenta esclarecer a nota da Hope.
Eu prefiro não dizer mais nada! E você, o que acha?
Fonte: G1
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |