23 dezembro 2011

Próteses francesas podem se romper e liberar gel cancerígeno

Os implantes de silicone produzidos pela Poly Implante Prothese são suspeitos de ter uma taxa de ruptura mais alta que o normal, e o pior, de serem preenchidos por um gel que pode ser cancerígeno, conclusão tirada do fato de que pelo menos oito casos de câncer de mama foram detectados em pacientes que usaram os implantes da companhia, o que ainda não foi comprovado cientificamente. A empresa faliu em 2010.

Por isso, segundo o cirurgião plástico Marcelo Moreira, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, todas as mulheres brasileiras que tenham próteses fabricadas pela empresa francesa precisam, o mais rapidamente possível, marcar rapidamente a cirurgia para retirar o implante.

Aliás, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa proibiu a importação dos implantes da PIP em abril de 2010, após alerta do governo francês, mas estima que antes antes da proibição, pelo menos 25 mil brasileiras tenham usado os produtos da marca.

Na França, o governo determinou a troca imediata das próteses das 30 mil mulheres francesas que fizeram implantes com o silicone da PIP e avisou que vai pagar as cirurgias. Quem não quiser fazer a troca, terá acompanhamento médico gratuito, com mamografias periódicas.

No Brasil, a Anvisa ainda não se pronunciou sobre recomendações às pacientes. Ainda não há nenhum registro de câncer ligado à prótese da PIP no país. Ainda assim, o cirurgião Marcelo Moreira recomenda que as brasileiras não esperem uma decisão judicial e já procurem seus médicos.

- Elas podem também processar a empresa, mas isso pode demorar muito. O mais importante agora é retirar o implante - recomenda.

Segundo o cirurgião, enquanto o preço de uma prótese de boa qualidade gira em torno de R$ 1.800, as da PIP custavam cerca de R$ 1.000, preço bem abaixo do valor de mercado. Além do preço, a qualidade do material também era, segundo Moreira, “visivelmente pior”.

- Eu nunca usei essa marca porque só de pegar na mão você via que era mais frágil - afirma Moreira.

Ao contrário das próteses de melhor qualidade, que têm três camadas de silicone texturizado para impedir que o gel escape para o organismo, as da PIP tinham apenas uma camada.

Marcelo Moreira recomenda que as pacientes que queiram passar por uma cirurgia plástica pesquisem bem e procurem profissionais e materiais de maior qualidade, já que o barato, nesses casos, pode sair muito caro. Para ele, não dá para economizar quando o assunto é saúde.

- Quem quer colocar um implante precisa procurar um médico de confiança, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, fazer a cirurgia em um hospital que tenha CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e não em clínicas, e escolher a prótese não pelo preço, mas pela qualidade do material - recomenda Marcelo Moreira.

Se você você fez implante de silicone, procure o seu médico o mais rapidamente possível. É melhor prevenir que remediar!


Fonte: G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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