O que mais chama a sua atenção em um trabalho publicitário? Em um vídeo, por exemplo? As cores, o som, as imagens ou a mensagem? Ou você acha que tudo isso é inútil se não houver criatividade?
O assunto nada tem a ver com a minha área de trabalho, mas como consumidor tenho cá as minhas opiniões. Aliás, a minha única ligação com a publicidade está em uma de minhas filhas, que é do ramo. Foi ela quem certa vez me disse que o trabalho de criação em uma agência de propaganda exige muito talento e uma boa dose de "loucura", no bom sentido, é claro.
A ansiedade e o stress gerados pelo correr do tempo e as obrigações do cotidiano são, na minha opinião leiga, os principais fatores que o profissional da publicidade tem que superar para direcionar o público alvo a um determinado produto. Nessa missão, ele deve capturar a atenção, que é a concentração total ou parcial da mente em alguma coisa ou na perspectiva de algo, e passar o recado, da forma mais rápida possível, até porque ela, a atenção, do mesmo jeito que é aprisionada, pode escapar.
Mas o ato de chamar a atenção de alguém é tarefa cada vez mais difícil diante da multiplicidade de apelos, das agressões auditivas e visuais a que somos submetidos. Por isso, já li, não sei onde, que dentro de algum tempo a nossa atenção poderá se tornar um dos bens mais raros e valorizados do planeta e alvo, por isso mesmo, de uma verdadeira guerra publicitária, como, aliás, já acontece há algum tempo.
Por isso, quero que você dê uma olhadinha no clipe abaixo, enviado pela amiga AnaKris, um show de criação da agência japonesa Drill Inc., editado para promover o aparelho celular NTT DoCoMo SH-08C, que vem protegido por uma caixinha de madeira e será lançado este ano. A agência criou um xilofone gigante no meio da floresta. Nele, você vai ouvir “Jesus, alegria dos homens”, da cantata nº 147, de Bach. O projeto de montagem do instrumento, criado por Kenjiro Matsuo, e toda a filmagem, consumiram exatos quatro dias. Comentaristas de publicidade e críticos de arte têm elogiado a produção. Aliás, falar em criatividade diante de um vídeo como esse é chover no molhado. Assista e deixe o seu comentário.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |