A revista Veja que vai circular neste final de semana traz uma história bizarra envolvendo José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, e Gilberto Carvalho, o ministro do governo Dilma mais próximo ao ex-presidente Lula. E o motivo de toda confusão, acreditem, é uma mulher. De acordo com a revista e em depoimentos gravados, a advogada Christiane Araújo de Oliveira, afirma ter mantido um relacionamento amoroso extraoficial com Dias Toffoli, na época em que ele comandava a Advocacia Geral da União. Funcionária do policial e chantagista profissional Durval Barbosa, ex-braço direito da família Roriz, Christiane teria seduzido Toffoli e depois levado a ele as fitas gravadas por Durval, utilizadas na cassação do ex-governador José Roberto Arruda, que ainda não foi denunciado formalmente pelo Ministério Público.
Os encontros mantidos entre Christiane e Toffoli teriam acontecido no mesmo apartamento em que Durval entregou maços de dinheiro aos deputados distritais de Brasília, e podem ter sido filmados. Depois disso, ela conseguiu se aproximar do então ministro Gilberto Carvalho, braço direito do ex-presidente Lula, a quem pediu que Leonardo Bandarra fosse indicado para a chefia do Ministério Público do Distrito Federal. A missão de Bandarra seria proteger a quadrilha liderada por Durval Barbosa, que comandou todos os contratos da área de informática do Distrito Federal (que somavam cerca de R$ 500 milhões por ano) durante a era Roriz e hoje é um dos homens mais ricos da capital da República.
O pedido de Christiane aparentemente foi atendido, já que Bandarra foi nomeado procurador graças à intervenção de Gilberto Carvalho, que inclusive se deu ao trabalho de enviar à advogada uma mensagem eletrônica dando conta de que a nomeação se concretizara.
Christiane Araújo de Oliveira trabalha hoje em São Paulo, no escritório de advocacia comandado por um colega de turma de Dias Toffoli. O ministro do STF, claro, lógico e evidente, nega que tenha recebido da advogada as informações que resultaram na "Operação Caixa de Pandora" e consequente cassação de José Roberto Arruda, mas silencia acerca do suposto relacionamento amoroso com Christiane. Gilberto Carvalho, por sua vez, diz que a moça é “muito criativa”.
Mas as ligações da bela advogada com o poder não pararam por aí. Christiane trabalhou no comitê central da campanha de Dilma Rousseff, onde era encarregada da relação com as igrejas evangélicas, isto, segundo a revista, por sua condição de evangélica e filha de Elói Freire de Oliveira, fundador da igreja Tabernáculo do Deus Vivo e pessoa com livre trânsito entre os políticos de Brasília, meio em que é chamado de “profeta”. Com a eleição de Dilma, Christiane Araújo foi nomeada para integrar a equipe de transição, mas teve que ser exonerada quando foi tornada pública a sua participação na "Máfia das Sanguessugas".
Ainda segundo a Veja, o procurador que tomou um dos depoimentos de Christiane teria enviado o material à Polícia Federal para ser anexado aos autos da "Operação Caixa de Pandora". A própria Polícia Federal teria ouvido a advogada em um segundo depoimento, mas nenhum detalhe da história contada por Christiane faz parte oficial dos autos da investigação. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa trama rocambolesca, esperando, é claro, que as oito horas de gravações em áudio e vídeo que teriam sido feitas no apartamento de Durval Barbosa sejam divulgadas, e que os figurões envolvidos, claro, expliquem tudo à sociedade que lhes paga os salários.
Fonte: Veja
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |