14 fevereiro 2012

Violência pega carona nos táxis do Rio de Janeiro

Se você tiver que passar pelo Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim ou pelo Santos Dumont, tome cuidado! Se precisar de transporte, então, redobre a sua atenção e cautela, porque aqui a violência anda de táxi. E a última vítima dessa história foi o jovem Cristiano Damasceno, agredido na saída do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim ontem (13/02), numa confusão que começou na porta do aeroporto, logo depois que um taxista fez uma piada sobre sua opção sexual, depois que ele e o companheiro se recusaram a embarcar em um táxi pirata.

Segundo Cristiano, toda a confusão  começou "na saída da porta em que um desses taxistas estava e ele continuou insistindo e a gente disse não com uma voz mais firme e aí ele fez a piada", e mesmo sem condições de afirmar com absoluta certeza, porque foi atingido e caiu ao chão, ele diz que foi agredido por dois ou três homens.

O rapaz estava internado no Hospital Santa Maria Madalena, de onde foi liberado ontem mesmo, depois de medicado pelos ferimentos que sofreu no maxilar e na cabeça.

Damasceno, que em função da profissão está acostumado a viajar, disse que a abordagem dos taxistas na saída do aeroporto foi agressiva:

- A partir do momento que a gente recusou a primeira, a segunda, a terceira e a gente disse não e ele não gostou da gente ter dito não, já é agressiva a partir do momento em que você não tem o direito de escolha, como cidadão, do tipo de transporte que você vai tomar para você chegar a sua casa, seja de ônibus, de táxi, seja teu carro que esteja na garagem, a partir do momento que você não tem o poder de escolha que você é levado, que você é induzido. Então eu não me deixei induzir e estou pagando esse preço - explicou.

De acordo com uma nota distribuída pela Polícia Civil, ao se recusarem a viajar no táxi pirata, um dos motoristas começou a ofendê-los, fazendo pilhérias acerca da opção sexual de ambos, o que acabou gerando uma briga, com troca de socos entre o taxista e um dos jovens. O outro rapaz ainda tentou separar a briga e os três acabaram caindo no chão, momento em que um segundo taxista pirata apareceu e chutou o rosto do jovem que estava tentando separar os contendores. O dois agressores foram presos. Ainda segundo a polícia, o caso está encerrado e os agressores vão responder pelos crimes de lesão corporal e tentativa de homicídio.




Esse tipo de violência não é novidade no Rio de Janeiro. Em julho de 2010, por exemplo, cinco taxistas foram flagrados pelas câmeras de segurança do mesmo Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim agredindo de forma covarde e brutal um outro motorista de táxi que não era da mesma cooperativa deles. Eles estão respondendo a um processo crime por tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e porque não deram chance de defesa à vítima.

Na época, a delegada Fátima Bastos, então titular da delegacia do aeroporto, disse:

- Existe uma série de ocorrências de lesão corporal nessa área. A maioria, envolvendo taxistas. E a vítima é sempre taxista que vem de fora. Isso é um absurdo. Não vamos permitir que esse tipo de crime continue acontecendo aqui. Ela disse ainda, que "pelo menos um caso de agressão a taxista por semana" é registrado na delegacia, e que enviou ofício comunicando o fato e pedindo providências à Secretaria Municipal de Transportes.

Mesmo assim, até hoje, nem a Secretaria Municipal de Transportes, nem a Polícia Militar, que só tem cinco homens para cuidar de todo o aeroporto, nem a Infraero, que tem câmeras instaladas por todos os cantos do terminal, fizeram alguma coisa para mudar a situação. O próprio governador Sergio Cabral, em entrevista recente, reconhece que o Tom Jobim "é uma vergonha para o povo do Rio de Janeiro".

E daí, governador? Que a situação é vergonhosa todo mundo sabe. Mas o que nós estamos querendo saber, e você tem a obrigação de nos dizer, é quem vai resolver essa parada? O que queremos saber, sem demagogia, é quem vai garantir a segurança a que temos direito porque está escrito na Constituição Federal e que é paga com o dinheiro que tiram do nosso bolso a título de impostos. Até quando vamos ter que suportar tanta incompetência, omissão e negligência, governador? Será que nem "unindo forças" vocês encontram uma solução?


Fonte: G1
Vídeo: DigoLaz



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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