A possibilidade da chegada do fim do mundo já foi discutida à exaustão. Aqui mesmo no Dando Pitacos o tema foi explorado em "Os calendários maias e o apocalipse".
Entre os que acreditam e os que duvidam que isso possa acontecer já ouvimos de tudo, desde bobagens homéricas até algumas teses instigantes.
Mas a coisa continua provocando polêmica em todos os cantos do Planeta. Você sabia, por exemplo, que 15% da população mundial, o que corresponde a mais de um bilhão de pessoas, acredita que o fim do mundo é possível, e que 10% deste mesmo grupo acha que isso pode acontecer em dezembro de 2012, como previsto no calendário?
Especialistas garantem que não há argumentos científicos que comprovem essa previsão, baseados no método utilizado pelos próprios maias para organizar o tempo, dividido em eras de 5.125 anos - ou 13 baktunes, períodos de aproximadamente 400 anos cada. Na visão cíclica de constante renovação, o que é comum em várias religiões, o fim de uma era significa apenas o início de outra. Dessa forma, a inscrição datada do século VII encontrada em Tortuguero, no Estado de Tabasco, Sudeste do México, que faz referência à data de 4 Ajaw 3 K'ank'in, ou, segundo correlações feitas por arqueólogos, 21 de dezembro de 2012, traz, de fato, uma profecia: a de que o fim de 13 baktunes marcaria o retorno de Bolon Yokte, uma importante divindade maia vinculada à criação e à guerra. Assim, a data indicada - 4 Ajaw 3 K’ank’in ou 21 de dezembro de 2012 - significaria para os maias apenas o início de uma nova era e a volta de um deus, e não o fim do mundo.
Mas um estudo realizado pela Ipsos Global Public Affairs, com sede em Nova York, mostra que um em cada dez dos 16.262 entrevistados, em mais de 20 países, acredita que "o calendário maia, que alguns afirmam terminar em 2012, marca o fim do mundo", e outros 8% admitem ter sentido "ansiedade e medo de que o mundo vai acabar em 2012", o que surpreendeu à própria agência, como afirmou à BBC a pesquisadora-chefe da Ipsos Global, Keren Gottfried.
- Pela primeira vez fizemos esta pergunta e, portanto, não se pode fazer uma comparação ao longo do tempo - explica Gottfried, acrescentando que "uma em cada sete pessoas acredita que o mundo vai acabar no curso de sua vida. É um número bastante elevado e acreditamos que devemos continuar pesquisando".
Os pesquisadores não perguntaram aos entrevistados quais as razões para acreditar que o mundo poderia acabar porque, segundo Gottfried, ninguém sabia quantas pessoas iriam dizer acreditar no fim iminente do mundo.
- Se fosse uma percentagem muito pequena, teríamos obtido uma mostra de pouco valor. Agora sabemos que há número suficiente de pessoas que acreditam no fim do mundo e podemos nos aprofundar nos acontecimentos que podem provocá-lo - acrescentou a pesquisadora da Ipsos.
Chineses, turcos, russos, mexicanos e sul-coreanos são os que mais acreditam na possibilidade do fim do mundo, com 20% dos entrevistados, contra 7% na Bélgica e 8% no Reino Unido.
E um detalhe interessante: as pessoas de menor escolaridade ou renda e idade inferior a 35 anos, são as que têm maior tendência para acreditar num próximo "Apocalipse", ficando, por isso mesmo, mais propensas a sofrer de ansiedade ou medo, o que já não acontece com os mais velhos, que denotam muita tranquilidade diante do tema, o que segundo Gottfried pode ser explicado pela experiência dos anos já vividos.
E você? Já tem uma opinião sobre o assunto? Ou não tá nem aí?
Fonte: G1
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |