27 outubro 2012

Depois de perder a terra, povo Guarani-Kaiowá está perdendo a vida

O povo Guarani-Kaiowá divulgou uma carta que correu as redes sociais do país, principalmente o Facebook. Nela, os índios procuram mostrar o drama enfrentado pelas tribos do Centro-Oeste brasileiro.

Existem no Brasil 233 etnias indígenas, com 180 línguas diferentes. Entre elas, os índios Guaranis-Kaiowás são os que estão em pior situação, já que vivem acampados na beira das estradas, sob a constante ameaça de pistoleiros contratados pelos fazendeiros.

- A maior parte dos Guaranis-Kaiowás estão em uma situação de extermínio. Já foi constatado que esta etnia está em fase de extinção - comenta a fotógrafa e jornalista Rosa Gauditano, nos vídeos que estão logo aí abaixo, e que mostram a face cruel da disputa desigual entre as nações indígenas e os fazendeiros no Mato Grosso do Sul.







A divulgação da carta aqui no Dando Pitacos é uma tentativa, sem muita expressão, bem o sei, de colaborar com a divulgação e conscientização das pessoas acerca da situação enfrentada pelo Povo das Florestas aqui no Brasil, praticamente indefeso e sem chance de sobrevivência diante das milícias armadas e pagas por fazendeiros. Leia com atenção.

"Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS.

Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de Navirai-MS.

Ignorando os nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território tradicional. Assim, entendemos claramente que esta decisão é parte da ação de genocídio/extermínio histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil?

Avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui.

Estamos aqui acampados 50 metros de rio onde já ocorreram 4 mortos, sendo 2 morreram por suicídio, 2 mortes de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Estamos sem assistência nenhuma, isolados, cercados de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia.

Tudo isso para recuperar o nosso território. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados.

Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.''

Sei que não é muito, mas já assinei a petição da Avaaz que está correndo a Internet. É uma tentativa de ajudar na luta dos Guaranis-Kaiowás. Se você acha que também deve participar, CLIQUE AQUI e assine.



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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Comentários (4)

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De todas as etnias brasileiras, os Guaranis são os menos favorecidos. Eles não são guerreiros. Não agridem. Não gritam. Preferem esperar pela morte, pois conservam seu misticismo ancestral. Um guarani olha para o nascer do Sol ao amanhecer. Um guarani agredece a mãe terra pela comida, pela água, pela vida. São sabios. São generosos. São pacíficos. E são vítimas de nossa cultura selvagem, onde os homens passam por cima dos semelhantes para alcançar sua ambição.
essa foto não é de criança guarani-kaiowa esta errado por favor mudar foto
1 resposta · ativo 648 semanas atrás
É lamentável que você se assine "kaiowa" e venha até aqui só para criticar uma foto, que eu, confesso, não sei se é uma criança Kaiowá, até porque o que interessa, na verdade, é a luta pelos índios, não importa de que etnia. Esta, aliás, tem sido a minha intenção em todas os artigos aqui postados.

Um abraço...

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