31 outubro 2012

Maconha pode ser mais nociva que a cocaína e o álcool

Lady Gaga fuma maconha em show na Holanda

Pesquisas científicas garantem que o uso da maconha faz muito mal à saúde de quem a consome pelo menos uma vez por semana, principalmente se for adolescente, o que desbanca o mito de que a droga seria inofensiva. De acordo com cientistas, ela pode causar danos irreparáveis ao cérebro e ser mais nociva do que a própria cocaína ou o álcool.

Em reportagem publicada na revista Veja, médicos e estudiosos discordam dos que defendem a legalização da droga, afirmando que a maconha é mais prejudicial ao organismo humano do que o consumo de álcool ou tabaco, para citar apenas dois “vilões” comumente considerados mais nocivos que a cannabis.

Um dos maiores e mais sérios estudos sobre os efeitos da maconha, realizado por treze renomadas instituições de ensino dos EUA e Nova Zelândia, acompanhou mais de mil voluntários durante 25 anos, a partir dos 13 anos de idade. Um grupo era formado de fumantes regulares da maconha enquanto outros não fumavam. Quando os grupos foram comparados pelos pesquisadores, ficou constatado que os usuários que começaram a fumar na adolescência e mantiveram o hábito até a idade adulta tiveram seu desempenho intelectual diminuído de forma significativa, em média, oito pontos abaixo dos não fumantes nos testes de QI. Eles, os fumantes, também foram inferiores nos testes de memória, concentração e raciocínio rápido.

Afirmam os pesquisadores que muito ao contrário do que se pensava, o hábito de fumar maconha pode comprometer a cognição à longo prazo, impedindo que o indivíduo atinja todo o seu potencial. Além disso, dizem as pesquisas, a maconha é um facilitador – mas não um componente determinante – de quadros psicóticos, como esquizofrenia, bipolaridade, depressão aguda e ansiedade.

Outro recente estudo com adolescentes fumantes concluiu que a maconha também pode deflagrar transtornos mentais em pessoas sem histórico familiar dessas doenças, pois pode causar causar danos irreparáveis na função de sinapses que fazem a comunicação entre os neurônios do cérebro. O dano pode ser observado mesmo depois da suspensão do uso da droga, principalmente nos casos de consumo prolongado durante a adolescência, ocasião em que o cérebro está em transformação e os mecanismos neurais estão mais vulneráveis.

Os especialistas afirmam também que a maconha é especialmente nociva porque encontra no cérebro mais receptores capazes de interagir com ela do que outras drogas. Mais até do que a cocaína ou o álcool.

- Nem o álcool, nem a nicotina do tabaco; nem a cocaína, a heroína ou o crack; nenhuma outra droga encontra tantos receptores prontos para interagir com ela no cérebro como a cannabis - diz um trecho da reportagem da Veja.

A maconha tem 224 milhões de usuários em todo o mundo, o que a torna a droga ilícita mais popular do universo, e o seu uso vem crescendo. Cerca de 60% dos indivíduos que a consomem são adolescentes, justamente os que correm o maior risco de ter o cérebro comprometido, já que dos 12 aos 23 anos o cérebro está em pleno desenvolvimento.

Em um processo conhecido como poda neural, o organismo faz uma triagem das conexões que devem ser eliminadas e das que devem ser mantidas para o resto da vida. A ação da maconha nessa fase de reformulação cerebral é caótica. Sinapses que deveriam se fortalecer tornam-se débeis. As que deveriam desaparecer ganham força.

Alguns dados significativos sobre os consumidores regulares de maconha comprovam que eles:

– têm duas vezes mais risco de sofrer de depressão;
– têm duas vezes mais risco de desenvolver distúrbio bipolar;
– é 3,5 vezes maior a incidência de esquizofrenia;
– o risco de transtornos de ansiedade é cinco vezes maior;
– 60% dos usuários têm dificuldades com a memória recente;
– 40% têm dificuldades de ler um texto longo;
– 40% não conseguem planejar atividades de maneira eficiente e rápida;
– têm oito pontos a menos nos testes de QI;
– 35% ocupam cargos abaixo de sua capacidade.

Vai ver que é por isso que eles defendem a descriminalização do uso da droga. E você, o que acha? Deixe o seu comentário.


Veja



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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