Manifestação de rua contra Renan Calheiros (foto: reprodução) |
O jornal O Globo revelou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a semana do Carnaval no Kurotel, em Gramado (RS), um dos dez melhores spas médicos do mundo, frequentado por milionários e políticos brasileiros. Pela bagatela de R$ 22,2 mil, ele e a mulher, Verônica, compraram um pacote antiestresse e foram alojados numa das quatro suítes mais caras existentes no local, localizada num andar exclusivo, com elevador privativo, espaço com business center, DVD, sala de massagem, serviço de abrir mala, lençol de algodão egípcio, cobertor de pluma de ganso e menu de travesseiros. Para se tratar dos injustos ataques daqueles que o querem fora da presidência do Senado, Renan estria recebendo cuidados de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e dermatologistas.
A estadia parece não ter sido muito tranquila, pois segundo a página Reage Brasil, do Faceboock, o estressado senador e a mulher teriam sido hostilizados por vários hospedes que lá estavam e não aceitavam dividir o espaço com ele, principalmente nas atividades conjuntas.
- O Judiciário e o Executivo podem absolver Renan, mas a gente, não - teria bradado um dos indignados hóspedes. Nada que a cara de pau de Renan e dois ou três seguranças não pudessem resolver.
Ontem, sexta-feira (15/02), o ex-estressado senador fez divulgar uma nota onde afirmou que a petição online que pede seu "impeachment", e que segundo a Folha já recolheu mais de 1,4 milhão de assinaturas, é uma mobilização “lícita e saudável”.
Renan disse que também foi líder estudantil e usou "as ferramentas da época para pressionar. O número de assinaturas não é tão importante quanto a mensagem. O que importa é saber que a sociedade quer um Congresso mais ágil e preocupado com os problemas dos cidadãos. E assim o será".
Cínico como sempre, mas hábil no jogo de palavras, ele saiu pela tangente e não se manifestou sobre o tema da petição, a sua permanência na presidência do Senado.
Cínico como sempre, mas hábil no jogo de palavras, ele saiu pela tangente e não se manifestou sobre o tema da petição, a sua permanência na presidência do Senado.
Mas os protestos contra Renan Calheiros não se limitaram às ruas e à internet. Duas estagiárias foram demitidas pela direção do Senado porque fizeram uma crítica ao presidente da Casa em uma rede social. As jovens estavam lotadas no Serviço de Administração da Secretaria de Recursos Humanos, e de acordo com reportagem publicada no jornal Correio Braziliense foram demitidas há cerca de uma semana porque fizeram uma foto de um rato que apareceu no setor onde trabalhavam e publicaram a imagem na internet com a legenda: "E a gente que achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”.
(foto: reprodução) |
Detalhe final: uma das estagiárias demitidas, Ariadina Barbosa Gomes de Oliveira, seria sobrinha do presidente do Supremo Tribunal Federal - STF, ministro Joaquim Barbosa. A outra, é Laura Meirelles:
- Levei um susto, não imaginei que fossem tomar uma medida tão radical - disse Laura, acrescentando:
- Não fizemos nenhuma associação do senador Renan Calheiros ao rato. Acho que foi um mal-entendido. Vários servidores do Senado compartilharam o abaixo-assinado contra o Renan nas redes sociais, eu mesma havia feito isso semanas antes.
É isso aí, minha gente! Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei! Esta é a regra vigente no Brasil onde manda quem pode e obedece quem tem juízo. Enquanto a Câmara dos Deputados se revolta por ter que dar um pé na bunda de políticos corruptos condenados pelo Supremo Tribunal Federal - STF, o Senado demite duas jovens estagiárias que cometeram a "indisciplina" de associar a imagem de um rato ao presidente da Casa. Associar em termos porque da imagem e texto que elas postaram não se pode concluir que a intenção era ofender o senador. Mas...
Sobre o Autor:
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |