Você não deve ter entendido o título da postagem, como eu também não o entenderia, senão depois de ler todo o texto. As expressões nele postas apareceram no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE. Acredite você ou não, alunos que estão se formando no ensino superior conseguem cometer erros de grafia como "egnorancia”, “precarea” e “bule” (de bullying).
Respostas dadas à segunda questão discursiva do exame deixam à mostra erros de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido, e ainda que os equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância fossem corrigidos, os textos continuariam errados.
Uma questão, por exemplo, pedia que o candidato, a partir da análise de algumas charges e da definição de violência feita pela Organização Mundial de Saúde - OMS, redigisse um texto sobre a violência atual, considerando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).
Um dos formandos não titubeou e mandou essa pérola: “A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas”.
Disposto a não ficar para trás, um outro estudante respondeu: “Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral”.
E um terceiro embrulhou e mandou: “As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma”.
Antes disso, em redações que receberam nota 1.000 no último Exame Nacional de Ensino Médio - ENEM, expressões como “rasoavel”, “enchergar” e “trousse”, ilustraram o verdadeiro desfile de absurdos com que se defronta hoje a língua portuguesa.
Daí, a pergunta posta no título: Será "egnorancia", escola "precarea" ou "bule"? Deixe o seu comentário, sem "bule", por favor!
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
