10 novembro 2013

Calcinha antiestupro tenta diminuir violência contra a mulher

Foto: reprodução

Até onde precisa ir a criatividade humana para tentar frear a violência do ser humano "civilizado"? Até quando a mulher vai precisar de proteção contra a investida de homens que não sabem ou não querem entender o que é sexo consentido? Preste atenção nessa história, que até seria cômica se não fosse trágica.

Há alguns meses, três estudantes indianos criaram uma roupa íntima feminina com dispositivo antiestupro, que além de ser dotado de um GPS, e pode dar choques nos agressores. O aparelho, ligado a uma lingerie por fios, é um dos ganhadores do prêmio indiano de tecnologia Gandhian Young Technological Innovation Award.

Agora, não sem antes deixar claro que a sua ideia não vai resolver o problema a nível universal, a AR Wear lidera o projeto de um novo produto desenvolvido com a pretensão de impedir estupros. Trata-se de uma calcinha feita de um tecido altamente resistente, que além de não ser rompida por lâminas e tesouras, ainda inclui uma espécie de cadeado acoplado à cintura. Para tanto, o grupo levantou já levantou mais de US$ 40 mil (R$ 92 mil) em doações.


A peça íntima é resistente a cortes e só abre com um código secreto (foto: reprodução)

Batizado como AR Wear (as iniciais são para "antiestupro" em inglês), o invento foi apresentado no Indiegogo, site que divulga empreendimentos que estão em busca de financiamento coletivo. A linha inclui itens de vestuário esportivo e modelos com design que lembra calcinhas comuns. A ideia é dificultar o crime e dar mais tempo para a chegada de socorro.

Mas nem tudo são flores para o pessoal do AR Wear. O texto de apresentação do projeto diz que a peça transmite ao estuprador a "mensagem clara de que a mulher não está consentindo", o que não agradou às feministas, que cham que a ideia sugere "que a mulher é parcialmente responsável, por não recusar o ato com clareza".


Estupradores sabem o que não é consentido. O homem não é burro a ponto de não entender quando a mulher não quer", disse a feminista Louise Pennington em artigo no Huffington Post.


Polêmicas à parte, uma outra questão precisa ser considerada. A peça íntima, já disse, é dotada de um pequeno cadeado que dispensa chaves, mas só pode ser retirada do corpo pela própria usuária, utilizando uma espécie de senha que precisa ser memorizada. Se ela esquecer o código, vai ficar em apuros na hora de ir ao banheiro ou mesmo na transa consentida. O aí? Como resolver o problema? 






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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