24 janeiro 2014

Empresário troca homens por mulheres e dobra produção

Foto: reprodução

A mulher continua a derrubar tabus no meio profissional, apesar de ainda sofrer discriminações, nomeadamente quando o assunto é salário. Mas isso é questão de tempo. Desde que optou pela contratação de mulheres para atuar na linha de produção de sua empresa, a Dimensão Máquinas, isto em 2009, o empresário Francisco Luciano Alves de Jesus garante que a produtividade aumentou e os negócios começaram a prosperar. Em meio às faíscas e ao barulho da linha de produção, um rosto maquiado ou lábios com batom em nada atrapalham a rotina de trabalho. Por isso, no negócio de Francisco Luciano quem pega no pesado são as mulheres.

- Com os homens, tinha dificuldade para dividir tarefas porque eles eram mais orgulhosos. Já as mulheres trabalham melhor em equipe, o que possibilitou o aumento no quadro de funcionários e, consequentemente, a produtividade - explica o empresário, esclarecendo que, em quatro anos, o número de funcionárias aumentou e o faturamento da fábrica triplicou. Em 2009, a receita anual do negócio era de cerca de R$ 200 mil. Em 2013 ela superou a casa dos R$ 600 mil.

E tudo começou por acaso, quando a empresa precisou de apoio na produção. Francisco explica:

- Na época, só tinha eu e três homens na produção. Pedi para a secretária dar uma força e ela gostou do trabalho. Conforme a empresa foi crescendo, comecei a contratar apenas mulheres.

De acordo com o emprendedor, a inclusão de operárias na produção começou a incomodar os homens, porque "eles não aceitaram ter mulheres na mesma função e com o mesmo salário". Por isso, os três que trabalhavam com ele "pediram demissão". Hoje, a empresa tem 11 funcionárias e quatro estagiárias e fabrica oito peças por mês. As funções são de soldadora, eletricista, montadora, torneira mecânica e pintora. Homens no recinto de trabalho? Só Francisco Luciano, que premia a equipe quando uma meta traçada é atingida. Cada funcionária ganha um "vale-salão", cerca de R$ 50 a R$ 100 por mês como prêmio, que é claro, pode ser usado para qualquer outra finalidade, a critério das moças.

- O salão de beleza é apenas uma sugestão para uso do dinheiro, mas elas podem gastar o benefício como quiserem - explica Francisco, acrescentando que apesar da liberdade, as meninas, na maioria das vezes, utilizam o bônus para cuidar do visual no salão de beleza.

- Ainda que tenhamos de usar uniforme e o trabalho seja um pouco desgastante, não deixamos de lado nossa vaidade - declara a gerente de produção Joice Ioleni da Silva.

Com certeza, além da questão da produção, o ambiente de trabalho na Dimensão Máquinas deve ficar bem mais saudável com um time de mulheres, você não acha? Deixe um comentário.





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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