07 fevereiro 2014

Cuba pode embolsar R$ 713 milhões com Mais Médicos

Ramona Matos Rodríguez (foto: reprodução)

Os médicos cubanos que vêm trabalhar no Brasil são o resultado de uma parceria firmada entre os governo dos dois países, com a intermediação da Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS. Cada um deles recebe US$ 1.000, dos quais US$ 400 são depositados numa conta bancária no Brasil. O restante vai para uma conta em Cuba. O mesmo já não acontece com os profissionais de outros países que também participam do Mais Médicos, que são escolhidos após uma seleção individual e embolsam a integralidade dos salários recebidos, sem precisar repassar nenhum centavo aos seus governos.

Se considerarmos a taxa de câmbio informada ontem no site do Banco Central, onde US$ 1 equivalia a R$ 2,4041, chega-se à conclusão, simplesmente matemática, de que cada profissional cubano deveria ficar com R$ 2.404. Se somarmos todos os 7.378 médicos, chega-se à cifra de R$ 17,74 milhões por mês ou R$ 212,85 milhões por ano.

Para chegar a estes valores, foram considerados o valor pago por cada profissional (R$ 10.457,49) e o número de médicos cubanos que já estão trabalhando (5.378 mil) ou vão começar a atuar no início de março, depois de passar por um curso, ao final do qual serão avaliados para saber se estão aptos ao trabalho. Afora a ajuda de custo, esses médicos custam ao governo brasileiro R$ 77,16 milhões por mês ou R$ 925,86 milhões por ano.

Até agora, 6.658 profissionais já trabalham no Brasil por meio do Mais Médicos. Destes, repito, 5.378 (80,78%) são cubanos. Mais 2.891 profissionais já foram selecionados, e entre eles estão mais 2.000 (69,18%) são cubanos. Somados, os dois grupos chegam a 9.549 médicos, dos 13 mil postos que o governo pretende preencher até o fim de março.

Aliás, o dinheiro que o governo cubano embolsa está muito próximo do que é gasto pelo Ministério da Saúde com saúde bucal dos brasileiros mais necessitados. Em novembro de 2013, por exemplo, o órgão revelou que já tinha investido R$ 803 milhões no programa Brasil Sorridente, recursos destinados às equipes de saúde bucal (ESBs) e aos centros de especialidades odontológicas (CEOs).

Toda essa questão veio a público depois que a médica cubana Ramona Matos Rodríguez revelou que só recebia US$ 1 mil para trabalhar no Mais Médicos, o que leva à conclusão de que o governo de Cuba vai poder ficar com a maior fatia dos recursos destinados ao programa, um reforço de cerca de R$ 713 milhões de reais por ano ao caixa do governo da ilha, o que equivale a 77,01% do repasse que o governo brasileiro faz para trazer os médicos de Cuba. O restante - cerca de R$ 212,85 milhões por ano - fica com os profissionais.

A atitude da cubana incomodou tanto, que o deputado Zé Geraldo (PT-PA) reagiu e atacou a vida pessoal de Ramona. Em um inflamado discurso no plenário, o parlamentar fez referência a uma nota assinada pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, o ilustre Valdir Pereira da Silva, onde a médica é apontada como uma mulher que, além de ingerir bebida alcoólica (o documento não especifica se dentro ou fora do horário de trabalho), já tentou levar um homem para o quarto na casa onde morava na cidade paraense.

- Quero dizer que essa médica foi é tarde - disse Zé Geraldo em seu discurso.


Rosemary Nóvoa de Noronha e Lula (foto: reprodução)

O ex-presidente Lula, e não vai aqui nenhuma inverdade, sempre foi chegado a uma branquinha, e mesmo casado, deu lá suas esticadas com a tal da Rosemary. Se não for pura invencionice para desmoralizar a moça, tática política amplamente utilizada no Brasil, que mal há no fato de Ramona gostar de uma bebida e de homens? Que baixaria, hein, deputado! Aliás, se ela tiver um bom advogado e estiver disposta a uma briga interessante, o culto parlamentar e seu informante vão sentir uma enorme dor em seus bolsos. E  uma pergunta que me veio à cabeça: será que parte dessa grana não retorna ao Brasil, por debaixo dos panos, é claro, para o financiamento de campanhas políticas do governo? Ou será que ando vendo muitas novelas? Deixe o seu comentário.






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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