05 março 2009

O túnel do tempo

Apoiado por RENAN CALHEIROS, seu velho aliado e líder do PMDB, FERNANDO COLLOR - PTB-AL conseguiu vencer a disputa com IDELI SALVATTI - PT e ganhou o comando da Comissão de Infraestrutura, que deverá avaliar o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e discutir mudanças no marco regulatório do petróleo em razão da descoberta de novas bacias na área do pré-sal, além de possíveis alterações na legislação das agências reguladoras. Há 20 (vinte) anos, pobre povo sem memória, COLLOR atacava JOSÉ SARNEY, então presidente da República, acusando seu governo de corrupto. Chegou a chamar SARNEY de "batedor de carteira".


SARNEY era o presidente da República e foi alvo dos discursos eleitorais de LULA e COLLOR. Hoje, na presidência do Senado, é um dos mais fiéis parceiros de LULA e cumpriu a promessa feita na negociação para que ele pudesse assumir o Senado: dar a COLLOR o comando de uma comissão.

LULA disputava pela primeira vez a presidência da República. Em seus discursos atacava violentamente a classe política que detinha o poder. Era um ferrenho adversário tanto do PMDB de SARNEY quanto de COLLOR. Hoje o PMDB é o maior partido da base parlamentar do governo LULA, que também inclui o PTB, de FERNANDO COLLOR.

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO, agora no PTB, está ao lado de COLLOR, seu correligionário, e claramente contra o PT, apesar de ser um dos ministros do governo LULA.

RENAN CALHEIROS, hoje senador, era deputado federal pelo PMDB, partido que ele deixou para juntar-se ao PRN de COLLOR. Foi um dos artífices da campanha de COLLOR à presidência, de quem foi líder na Câmara desde que ele tomou posse em março de 1990, mas acabou rompendo com o presidente no ano seguinte em razão de disputas políticas em Alagoas - SE, e acabou voltando ao PMDB.

ALOIZIO MERCADANTE, que nem mandato tinha em 1989, era um dos coordenadores do programa de governo que LULA pretendia implantar se eleito fosse. Elegeu-se deputado federal em 1990 e tornou-se um dos mais ativos integrantes da CPI do rumoroso caso PC FARIAS, que deu no impeachment de FERNANDO COLLOR.

No primeiro discurso de COLLOR como senador, em 2007, pediu um aparte pra dizer que muito se orgulhava do trabalho da CPI da qual participara, mas em sua opinião o hoje senador teria pago "um preço muito alto" com o seu afastamento da presidência da República.

Apenas um comentário, lembrando, aliás, argumento do próprio COLLOR na campanha presidencial: "BATERAM, MAIS UMA VEZ, A CARTEIRA DO BRASIL"!!!

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin

Um comentário:

  1. Heheheeh eu lembro como esses ilústres cavalheiros se travam há 20 anos:
    Collor chamava Lula de Sapo Barbudo e o Lula chamava o Collor de Caçador de Maracujá...
    É uma elegância....

    ResponderExcluir

A existência de qualquer blog depende da qualidade do seu conteúdo, e mais do que nunca, do estímulo de seus leitores. Por isso, não saia sem deixar seu comentário!