02 março 2010

GELADA, BEM LOURA, BEM DEVASSA


 
Paris Hilton

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - CONAR, imagino que preocupado com a moral da sociedade brasileira, concedeu  nesta segunda-feira uma liminar parcial suspendendo a veiculação da campanha da cerveja DEVASSA, marca que pertence à SCHINCARIOL. Segundo o órgão, foram suspensas as propagandas na televisão, no rádio, em mídia impressa e na internet, incluindo partes do site da DEVASSA.

Tudo começou na quarta-feira (24/02), quando o órgão abriu três processos contra a campanha, baseado em representações que questionam o "forte apelo sensual" da campanha e a promoção veiculada no site da Devassa, que segundo a entidade, "poderia estimular o consumo excessivo de álcool". Além disso, uma representação da SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS DA MULHER sustenta que o site da cerveja "desrespeita a figura da mulher, com o uso de imagens sexistas". 

Dona da marca, a SCHINCARIOL disse em comunicado nesta segunda-feira que foi notificada dos processos do Conar e que "entende que o filme estrelado pela modelo Paris Hilton não ofende, em nenhum aspecto, a qualquer norma ou orientação emitida pelo Conar", mas apesar disso, "acata a decisão e já trabalha na defesa do caso".

Acho que o Brasil está começando a ser contagiado pela síndrome que hoje assola a Venezuela, onde tudo é proibido, à exceção, claro, do que agrada ao ditador CHÁVEZ. E a hipocrisia é a palavra de ordem!

Dê uma olhadinha no vídeo!




O que é que ele tem demais, além de uma mulher bonita (bilionária, não esqueçamos!) e sensual?  Salvo melhor juízo e se minha visão não começou a me trair, as novelas e o BBB da Globo não são muito mais carregados do "forte apelo sensual" que o CONAR enxergou na propaganda da cerveja. Ou será que ela, a propaganda da DEVASSA, é a única capaz de "estimular o consumo excessivo de álcool"? E as outras propagandas de cerveja, onde o que não falta é mulher, cada uma mais apetrechada que a outra? O que é que o CONAR quer dizer, afinal de contas, com a expressão desrespeitar "a figura da mulher com o uso de imagens sexistas".

Acho, isto sim, é que está na hora de criar o CONSELHO NACIONAL DE AUTOREGULAMENTAÇÃO DA HIPOCRISIA - CONARH, ou procurar saber, detalhe de importância relevante no Brasil de hoje, se por trás de tudo isso não está o dedo das grandes cervejarias do país! Será que não?

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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6 comentários:

  1. Acho ótima idéia a criação do Conselho Nacional de Autoregulamentação da Hipocrisia. Ele vai ser muito útil. A sociedade brasileira está cercada de hipócritas. Adorei a idéia!

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  2. Eu como não bebo...pra mim tanto faz como tanto fez.Se bem que seria bom ver novas propagandas,agora,com homens anunciando a cerveja...rsrs,aí de repente alguém fosse achar ruim pq estão "incentivando" nós mulheres,mães,dona de casa,e etc a consumir alcool.
    Eitha,nóis!!!

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  3. Adorei o texto e assino embaixo dele! Tá sobrando gente hipócrita no Brasil!

    A prova disso está no texto publicado no portal “OPINIÃO & NOTÍCIA”, que eu vou postar aqui, dividido em 4 partes, porque acho que o artigo é muito grande.

    PARTE 1

    Censura na Publicidade – Uma Devassa no Conar
    No intervalo da novela, uma loura linda e esquálida mostra as pernas num comercial de cerveja. Está acionado o estopim da grande polêmica do momento. O programa Entre Aspas, da jornalista Mônica Waldvogel, na Globonews, dedicou na última terça-feira, 2, uma edição inteira, reprisada na quarta, para ouvir especialistas – alguns nem tanto – sobre o assunto.

    Grandes espaços nos sites de publicidade, jornalões e redes sociais, no Brasil e fora dele, discutem a censura aos filmes de 30 e 60 segundos na TV que exibem os cambitos – e nada além disso – da atriz Paris Hilton. A peça publicitária da campanha da marca “Devassa” utilizou como trilha a música de Elmer Bernstein, esta sim, pra lá de sensual.

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  4. PARTE 2

    A música instrumental, tema do filme “O Homem do Braço de Ouro” (The man with the golden arm), está gravada no inconsciente coletivo quando o assunto é strip-tease. Mas é só. O filme, criação da agência Mood e produzido pela O2, não mostra nada além que um rosto muito bonito, uma teleobjetiva, um jogo de dominó e dois membros inferiores da norte-americana num tubinho preto prá lá de comportado se comparado com algumas edições do programa Big Brother Brasil, por exemplo, que tem a Ambev como um de seus patrocinadores.

    Ocorre que o filme da Devassa, apesar de perfeito nos quesitos edição, humor e qualidade, acabou atingindo segmentos mais conservadores da sociedade – possivelmente os acometidos por mais fetiches -, escancarando uma eventual faceta do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar): a de órgão censor. Em contato por telefone – e desmentindo o Estadão – o vice-presidente do Conar, Edney Narchi, negou que seja o relator da denúncia que pediu a suspensão do anúncio até o julgamento pelo Conselho de Ética da entidade. Diante da minha tentativa de fazer novas perguntas, ele pediu que eu procurasse o assessor de imprensa da instituição. Nada mais justo. Eduardo Correia revela, então, que o julgamento deverá ocorrer em trinta dias, mas ainda sem data marcada. Ele rechaça a palavra censura: “Este é o ônus que pagamos pelo nosso trabalho. Nós demos pleno direito de defesa a todas as partes envolvidas. A palavra censura não se aplica ao que fazemos”, afirma.

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  5. PARTE 3

    O assessor informa que são quatro os autores das liminares e que os processos conexos darão mais agilidade à pendenga: “São consumidores que se sentiram lesados, o próprio Conar, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – ligada à Presidência da República e, ainda, a Cervejaria Petrópolis. E, por enquanto, a liminar veda a veiculação do conteúdo considerado antiético pelo relator, cujo nome é mantido em sigilo até o dia do julgamento”, revela Correia.

    O filme é até recatado…
    Mas, afinal, que crime cometeu a Devassa? “Você pode ver no nosso site. O anunciante feriu o anexo “P” do Código de Autorregulamentação Publicitária”, ensina. O anexo em questão trata dos produtos “Cervejas e Vinhos” e diz no item 3, letra A, o seguinte: Eventuais apelos à sensualidade não constituirão o principal conteúdo da mensagem; modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual. “Eu não chegaria ao ponto de dizer que o Conar está se transformando em censor. É um órgão que regulamenta os excessos na profissão, o que é, na verdade, um benefício e uma conquista. Porém, acho que está se deixando impregnar por uma forte influência da hipocrisia nacional – do “politicamente correto” – que faz com que qualquer coisa seja “ofensiva”. Tornou-se recorrente no Conar, nos últimos tempos, acatar qualquer queixa, mesmo as mais inconsequentes”, ressalta o publicitário Átila Francucci, da Young & Rubicam.

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  6. PARTE 4

    A despeito da proibição – ou graças a ela – a campanha acabou superando expectativas. A repercussão acabou sendo maior e, claro, vendeu mais cerveja do que esperava o anunciante do grupo Schincariol. “Prejuízo não traz. A Devassa é uma marca que nasceu com esse espírito. Pertence a esse universo carioca e informal antes de pertencer a um grupo como o Schincariol”, acredita o diretor de criação.
    Até mesmo o nem sempre moderno New York Times abriu seu espaço editorial para questionar se Paris Hilton era mais sexy ou “devassa” que as mulheres seminuas que aparecem na mídia, nos dias de carnaval, associadas a outras marcas de cerveja. “O comercial está longe de ser ofensivo. Se analisarmos o carnaval como um todo, este filme da cerveja é até recatado”, lembra Francucci.

    Se o Conar resolver “fechar” pra valer, o que será, por exemplo, de Rodrigo Santoro – quando faz suas “caras e bocas” para vender um curso de inglês? O ator será acusado de usar seu charme pessoal – ou sensualidade – para vender o produto? E o que dizer dos comerciais de sandálias, automóveis etc? Eis aí um caminho perigoso. E sem volta…

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