Por conta desses comentários eu resolvi postar algo sobre a questão das amizades virtuais. O quão reais são os relacionamentos online? Relacionamentos pela internet tem futuro? Amizades virtuais são tão valiosas quanto as reais? Amizades virtuais são um perigo ou uma benção? Eu sei que devem haver ainda milhões de indagações sobre este tema.
Alguns psicólogos sustentam que o relacionamento online é mais fácil e que nele as pessoas se sentem mais à vontade para compartilhar fatos e emoções que dificilmente exporiam a pessoas “reais”. Da mesma forma, amizades virtuais seriam mais práticas, pois, na hora que “enchessem o saco”, bastaria deletá-las.
Essa não é e nunca foi a minha conduta. Em primeiro lugar, antes de começar a escrever, fiz uma pesquisa no Google sobre o tema “Amizades Virtuais”. Fiquei espantada de ver o número de blogs que estavam discutindo o assunto e que 90% deles era plenamente a favor das tais amizades.
O que seria real e o que seria virtual? A amizade, o amor, a afinidade que sentimos em relação à outra pessoa é real, ela existe. Ocupa um lugar no nosso coração e na nossa cabeça. Olhem só que interessante essa comparação: Tenho uma velha amiga “real” que não consigo ver há mais de um ano, embora ela more aqui no Rio. Raramente conversamos por telefone por causa do tempo. Em contrapartida, tenho um amigo virtual, que mora nos Estados Unidos, e que conversa comigo todo santo dia, já há 6 meses! Quem vocês acham que é mais próximo?
Vejam bem, o que determina a virtualidade e a realidade seria apenas o método que propicia a aproximação de duas pessoas, mesmo que essa aproximação – fisicamente falando – nunca venha a acontecer. Talvez fosse melhor trocar o termo “real” por “material” ou “físico”. Quando eu era adolescente, me correspondia com pessoas que moravam em outros países. Naquele tempo tudo era feito por carta. A diferença era que as respostas levavam 2 semanas para chegarem, só isso.
Os perigos da Internet, que vão desde os vírus até os golpes mais sórdidos, assustam mais não impedem as pessoas de se relacionarem. Talvez fazer compras pela internet seja bem mais perigoso do que ter um amigo virtual.
O que você coloca no seu perfil, que nada mais é do que um conjunto de informações sobre você, talvez precise ser revisto. Talvez fosse bom também classificar os graus de amizade (família, amigos, conhecidos, não conheço....) e alterar os tipos de permissões de acordo com estes graus. Como tudo na vida, bom senso é preciso.
Como disse num dos comentários deste blog, já tive boas e más experiências. Graças a Deus, de ruim foi só uma mesmo. Houve uma época na qual trabalhei como voluntária online para um monte de projetos. Falava com gente de todo o Brasil pela internet . Entrei num trabalho de redação e divulgação para um pesquisador que estava batalhando patrocínio para seu projeto em Energia Eólica. Ele era bom e o projeto também – tratava-se de levar a energia eólica para comunidades carentes, formando-se cooperativas para isso. Acho que participei por mais de 1 ano, mas, depois desse tempo, o cara começou a aparecer com milhões de problemas pessoais, tentando me comover. Até o dia em que a máscara caiu e ele me pediu dinheiro emprestado. Depois descobri que ele usava o Orkut e o Portal do Voluntário como seus “campos de caça”.
Tirando esse episódio, todas as pessoas que venho encontrando pela internet e que realmente se tornam minhas amigas – ainda que nunca tenhamos nos visto – são reais para mim. Existem no meu coração. Eu rio com elas. Aprendo com elas. Sinto falta quando se afastam da internet por algum motivo. Tenho Orkut desde 2004. São 6 anos de relacionamento com pessoas que me acompanham durante todo esse tempo. Tenho visto seus filhos crescerem, começarem a namorar. Tenho visto pessoas casarem, se separarem, casarem de novo. Tenho visto amigos dos meus filhos crescendo e se formando... puxa, isso tudo é tão legal!
A internet resolve o problema da distância. De que outra maneira poderia conhecer tantos índios, estrangeiros e interagir com tantos movimentos? Participo de um site americano que promove uma espécie de voluntariado. Conheci pessoas fantásticas lá que estão me ajudando com o meu inglês, me dando dicas importantes para um novo emprego que tanto procuro. É tão divertido ver que a maioria deles não tem idéia do gosto de um bom feijãozinho perto... Eu me divirto! Alguns deles se afeiçoaram a mim e já querem vir ao Brasil para me conhecer. Me ofereceram a casa deles para quando eu puder viajar para lá... Gente, isso não tem preço. Faz tão bem para o coração...
Por falar em coração, transcrevo aqui um pedacinho de um artigo sobre Amizades Virtuais, publicado na revista GALILEU:
“POR QUE O FACEBOOK(*) FAZ BEM A SUA SAÚDE
- Alguns efeitos benéficos das amizades reais transbordam para aquelas cultivadas nos sites de relacionamento
- Ao reduzir a sensação de solidão, traz bem-estar
- Diminui o risco de problemas mentais sérios na velhice
- Pessoas com dificuldade de se socializar, como quem sofre da síndrome de Asperger, experimentam grandes benefícios das amizades virtuais
- Bem-estar decorrente de saber que sempre há alguém disponível para compartilhar uma notícia boa
- Reduz o estresse
- Cultivar grandes círculos de amizade (reais + virtuais) diminuiu em 22% o risco de morte de moradores de um asilo australiano
- Fortalece o sistema imunológico
- Ajuda a atenuar o efeito traumático de experiências como divórcio, doenças sérias, perda de emprego ou a morte de um ente querido”
(*) Facebook é um site de relacionamento americano www.facebook.com
Esse é um conceito novo de amizade, porém não menos real do que o convencional. Talvez seja uma amostrazinha do futuro quando as pessoas estarão aptas a se comunicarem telepaticamente e a estarem juntas apenas em espíritos e mentes. Viajei? Quem sabe?
Quero terminar essa postagem dedicando a todos os meus amigos virtuais um poema que encontrei num dos blogs
Amizade Virtual
(OlhosDeLince)
Espaços que se cruzam,
palavras que se encaixam,
sorrisos imaginários que se entrelaçam,
confidências que se armazenam.
Assim nascem as amizades virtuais...
De repente estamos relatando
nossas angústias,
nossos momentos felizes,
trocamos segredos,
buscamos apoio para
os acontecimentos mais doídos.
Trocam-se palavras
revestidas nas emoções
de nossos momentos...
Ora, confortando as tristezas
refletidas nas lágrimas silenciosas,
ora, em alegrias contidas,
que quase sente-se
o calor do abraço amigo.
Nas tempestades do diz-que-diz-que,
navegamos em barcos sem remos,
até o momento, em que a amizade sincera,
sincroniza os remos na cumplicidade amiga
deslizando no mar sereno
da compreensão e do carinho.
A amizade virtual,
é fecundada com o coração,
adubada pela alma
e regada pelo carinho.
Curitiba, 21 de setembro de 2006
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Bela postagem, AnaKris!
ResponderExcluirComo você mesma afirma, "a amizade, o amor, a afinidade que sentimos em relação à outra pessoa é real, ela existe. Ocupa um lugar no nosso coração e na nossa cabeça". Tenho prá mim que o contato virtual pode até ser mais honesto e sincero que muitos contatos reais. Afinal, com quanta falsidade e hipocrisia somos obrigados a lidar no "real" do nosso dia-a-dia?
A diferença é que tecnologia hoje nos habilita a contatos não apenas com os vizinhos de uma mesma rua ou conhecidos de uma mesma cidade, mas com pessoas até mesmo da outra extremidade do mundo. A sociedade está globalizada, e uma das facilidades geradas por esse fenômeno é a liberdade de comunicação, que empurra o ser humano para a aventura de novos conhecimentos, novas amizades, onde, com certeza, também há de existir sinceridade, respeito e até amor. Por que não? Quantas pessoas cruzam o planeta para encontrar sua outra metade? A internet só veio facilitar esse encontro, que obviamente requer maiores cuidados, justamente em razão de ser virtual. Mas isso não elimina a possibilidade da existência de ligações virtuais sinceras!
A coisa é tão espetacular que hoje se pode interagir com pessoas de todo o mundo, mesmo sem conhecer qualquer idioma, usando apenas um tradutor, como o Translate, do Google, por exemplo.
Na verdade, conquistar ou passar confiança para alguém, é encargo de cada um, seja qual for o ambiente, real ou virtual.
Parabéns pelo seu texto!
Tenho o mesmo pensamento que expôs no texto.
ResponderExcluirPessoas com as quais me relaciono pela internet sabem, muitas delas, mais de minha personalidade do que o rapaz, real, que trabalha na sala ao lado.
Um forte abraço!
Ana passei para conhecer seu blog ele é espetacular, show, not°10 desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
ResponderExcluirUm grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha
Creio que depende muito de quem faz amizade contigo!
ResponderExcluirConheci minha esposa pela internet, nos tornamos amigos e hj temos 9 anos de casamento!
Oii amigo
ResponderExcluirAdorei seu post, bem explanado sobre as as amizades virtuais.Hoje em dia tenho mais amigos virtuais, do que reais, pois no corre corre diario nao temos muito tempo de sair para conversar com nossos amigos reais, e os virtuais estao sempre proximo da gente, bem mais do que reais.
Bjs
Olá,
ResponderExcluirParabéns pela postagem.
A escolha do texto foi perfeita. Meu pensamento sobre a amizade virtual é o mesmo exposto pela matéria.
A paz do Senhor!
Carinhoso e fraterno abraço,
Lilian
Tenho alguns amigos virtuais, conheci em blogs. Alguns são tão ou mais presentes que os reais, nos falamos inclusive por telefone. Acredito que o que aproxima as pessoas na net como na vida são as afinidades, se você conversa com frequencia a amizade só se torna sólida se essas afinidades realmente existirem. A net também aproximou amigos reais que estavam afastados alguns pela distancia em Km, outros por causa do trabalho, mas que tem acesso ao computador e estamos agora mais que antes , trocando nem que seja mensagens.
ResponderExcluirEntão a net no meu caso me trouxe além de novos amigos , aproximou os velhos amigos reais.
Parabéns , pelo seu lindo texto , na verdade me identifiquei com cada palavra , pois eu enxergo de tal maneira semelhante a este nível deste maravilhoso ciclo de amizades virtuais .
ResponderExcluirAbraços
Olá Ana,
ResponderExcluirParabéns pelo post, realmente isso tem mostrado o quão é importante a comunicação tanto na internet quanto pelos meios convencionais, sei que para muitas pessoas o que vale ainda é o presencial, mas não deixo de acreditar que se possa construir amizades na forma "virtual" até porque já tenho algumas pessoas que me comunico já algum tempo e que considero como amigos do coração de verdade, e vários irmãos e irmãs que ganhei, isso é fantástico e ñ há palavras pra expressar a alegria de tê-los conhecido através da internet, e sei que hoje muitas pessoas que utilizam este meio de comunicação, pena que não são todas que possuem tal ferramenta, mas logo logo isso fará parte do passado, e quem sabe eu possa comentar mas outra postagem sua, podendo dizer tenho mais uma amiga "virtual" chamada Ana, um forte abraço, de quem sabe mas um amigo "virtual".
Eliabe.
Oi Eliabe. A afinidade entre duas pessoas está muito além do material. Engraçado você ter dito isso. Enquanto lia o seu comentário, me lembrei que alguns amigos "presenciais" que tenho fazem pouco caso quando eu falo sobre alguma coisa sobre os meus amigos virtuais. Eles agem como se o assunto não merecesse atenção ou credibilidade. Alguns até fazem brincadeiras (meio irônicas) comigo por causa disso.
ResponderExcluirQuando quiser comentar qualquer coisa que eu ou o Carlos tenhamos escrito, fique à vontade. Já pode dizer que tem uma amiga virtual chamada Ana. Um abração.
Já vi esse tema discutido em muitos lugares, mas não de forma tão bonita como aqui, agora. Amigos virtuais (ou presenciais) são mais raros, é verdade, MAS EXISTEM!
ResponderExcluirParabéns ao blog mais uma vez por essa linda matéria.
Olá tudo bem?amei seu texto.Passei uma fase difícil em minha vida,cheguei a depressão,e sabe o que minha psicóloga me receitou?A internet,pois segundo ela o que ainda me proporcionava alguns momentos de alegria na época eram meus amigos virtuais,os quais passei a chamar virtureais.Acredito sim e tenho amizades que fiz na NET e que conservo já a alguns anos.Bjus
ResponderExcluirConcordo plenamente com as suas colocações. Vencida a resistência inicial que muitas vezes abrigamos, por medo do desconhecido, as relações virtuais se tornam tão importantes e tão participativas quanto as reais. Muito bom me sentir compreendida porque essa tem sido a minha forma de agir. Um abraço!
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