19 agosto 2010

AMOR HOMOAFETIVO TAMBÉM MATA

Por que o amor mata? Por que o homem mata a mulher amada quando preterido por ela? E a mulher? Apesar da ocorrência ser menor, ela também mata por amor. Afinal, por que homens e mulheres matam? Por amor, perda da "propriedade", ciúmes, descontrole emocional, drogas ou álcool?

No último dia 13, o Superior Tribunal de Justiça - STJ manteve a prisão de Catiúcia da Silva Carvalho, acusada de matar a ex-namorada, Jéssica Lumi, porque não se conformava com o término do relacionamento. Catiucia e Jéssica, que foi rainha do carnaval 2010, mantinham relacionamento homoafetivo. O crime ocorreu na cidade de Xanxerê - Santa Catarina - SC, no dia 03 de abril de 2010.

Catiúcia foi presa em flagrante após atingir com golpes de faca as costas e o pescoço da vítima, que foi encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.

No pedido de liminar e mérito em habeas corpus encaminhado ao STJ, a defesa sustenta que a gravidade do crime não pode, isoladamente, fundamentar uma prisão preventiva. Para o advogado, a ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva e a falta de fundamentação da decisão que decretou a prisão justificam a impetração. Ele ainda reitera que Catiúcia é ré primária, com bons antecedentes, residência e trabalho fixos, não oferecendo risco à instrução criminal.

Ao negar o pedido e manter a prisão, o ministro Hamilton Carvalhido afirmou que a concessão da liminar implicaria usurpação da competência do órgão coletivo.

- Afora o acórdão impugnado não ostentar ilegalidade manifesta qualquer, perceptível primus ictus oculi, trata-se o pleito cautelar, em natureza, de pedido de antecipação de tutela, induvidosamente satisfativo, considerou o ministro.

A acusada foi submetida a exame de sanidade mental, que atesta ser a jovem plenamente capaz, só apresentando alterações comportamentais quando faz uso de bebidas alcoólicas, o que aconteceu no dia do crime.

Como se não bastassem os eternos confrontos entre homens e mulheres, homoafetivos também se matam!

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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14 comentários:

  1. Olá meu querido Roberto!
    Acho que esse tipo de crime independe da relação hetero ou homo. Faz parte da natureza humana não saber lidar com perdas, derrotas, decepções, etc. Claro que nem todo mundo sai por aí matando...rsrs...senão o mundo viraria uma grande carnificina, mas parte da população, ainda mais quando estimulada pelo uso de bebidas ou drogas, extravasa todos os sentimentos reprimidos. Eu não consigo entender como uma pessoa que ama outra, consegue matar...mas, são os grandes desequilíbrios emocionais que levam a tamanhas barbaridades.
    Grande beijo, amigo!
    Jackie

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  2. Olá amigão,
    Infelizmente, nesta seara, o gênero não é diferencial.
    Um comportamento possessivo é sempre abominante.
    Uma pena que aconteça também na relação homo.
    Um abraço.

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  3. Carlos,
    Independente de opção sexual, o crime passional acontece sempre.
    O ciúme doentio, na maioria das vezes, é a principal causa desses crimes, mas, outras vezes os crimes são ocasionados devido ao uso de drogas ou transtornos psíquicos.
    É muito triste vermos esse tipo de notícia todos os dias, infelizmente.
    Parabéns pela postagem.
    Bjs.

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  4. Você definiu a questão colocada no post com precisão, Jackie!

    Não importa a opção sexual de quem se aventura numa relação amorosa. A natureza humana, como você disse, não consegue lidar com perdas, derrotas e decepções. Quando isso acontece, o desequilíbrio toma conta da pessoa e a leva a atitudes extremas, ate mesmo ao crime. O álcool e as drogas são um componente a mais nessa cadeia de violência.

    Um abração...

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  5. É isso aí, Beth!

    Não existe a menor diferença no comportamento de homos ou heteros quando a questão gira em torno de sentimentos e paixões. O problema é da natureza humana, que não sabe lidar com as perdas que a vida impõe.

    Um grande beijo...

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  6. Com certeza, Estela!

    Seu comentário, aliás, tem muito a ver com o que disse a Jackie. Por isso repito aqui o que disse a ela:

    "Não importa a opção sexual de quem se aventura numa relação amorosa. A natureza humana, como você disse, não consegue lidar com perdas, derrotas e decepções. Quando isso acontece, o desequilíbrio toma conta da pessoa e a leva a atitudes extremas, ate mesmo ao crime. O álcool e as drogas são um componente a mais nessa cadeia de violência".

    E como você disse, é muito triste ver isso acontecer a todo momento!

    Um grande abraço...

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  7. Amar,verdadeiramente, está muito além de sentimentos mesquinhos como a possessão ou qualquer outro.Amar é querer bem,proteger,jamais ferir,independente do ser amado estar perto ou não.Amar também é um exercício que devemos praticar no nosso dia a dia,principalmente respeitando o outro.Infelizmente esse tipo de amor se aprende desde pequeno,e a maioria dos casais não estão preparados para dar de exemplo aos filhos a verdadeira face do amor.
    Amar é amar e ponto.Jamais matar por amor.Mas viver por ele.

    Também votei,meu querido amigo.Faço isso sempre!
    Obrigada pela tua visita e tua atenção com essa grande admiradora tua
    Beijao

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  8. Querida Emília:

    No seu blog e em diversos comentários você se apresenta como uma pessoa simples, o que a gente percebe na sinceridade e despojamento da sua escrita.

    Justamente por isso, por essa simplicidade que te caracteriza, é que você consegue postar um comentário tão lindo e objetivo como este.

    Se único grande erro é se apresentar minha admiradora. Isso não é verdade! Somos admiradores um do outro, sem diferenças, sem distinções, simples assim, como você!...

    Um grande, grande, grande abraço...

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  9. Não há diferença para aplicação da lei, se for assim, muitos sairão por aí cometendo atrocidades sem punição.
    O ciúme está presente em todo tipo de relação, o que diferencia é o seu controle e intensidade.
    Abraços

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  10. Certamente, Tânia!

    Foi exatamente essa a questão que se quis provocar com a postagem. Independentemente da opção sexual, o crime é o mesmo, e deve ser punido na forma da lei.

    Um grande abraço e obrigado pelo comentário...

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  11. Olá Roberto!
    Matar, por amor? Manipular, ferir, aprisionar?
    Tantas coisas se pode dizer que se faz por amor, mas matar é um ato extremo, que acontece por ódio,pavor, perda total do controle de si mesmo e dos sentimentos e, portanto, não se trata mais de amor, mas de obcessão, eu creio( em alto grau).
    A pessoa obcecada por outra, e pela idéia do pavor provocado pelo medo extremo de ficar sem esta outra. Todos nós podemos nos encontrar em situações que nos despertem o medo de perder o outro, pavor de ficarmos sós, ciúmes, raiva, mas estes "sentimentos" ocorrerão em diferentes graus, evidentemente! Num caso destes, acho que todos se convergem para o mesmo momento, num tal auto grau de descontrole que a pessoa se "inunda" de uma força irracional, e infelizmente direcionada para a destruição. Pior ainda se for um "caso premeditado!"
    Só posso pensar que sou feliz por nunca ter sido "amada" a este ponto! rs........

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  12. Com certeza, Vera!

    Continue a considerar a possibilidade de nunca ser amada a este ponto. É bem mais seguro!

    Um beijão...

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  13. O dicionário Aurélio nos dá a seguinte definição sobre a palavra amor: Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa.

    Concordo com os comentários acima, a verdade é que sóbrios não temos coragem de determinadas atitudes e colocamos toda a nossa vontade nas drogas, e bebidas etc... mas no fundo da mente já existia essa vontade e repito falta coragem, e depois simplesmente a culpa é das drogas e bebidas, será? O que precisa é ter um domínio próprio sobre os nossos sentimentos, pois na vida não se ganha tudo o que queremos

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  14. Ediléia:

    A fraqueza humana deve ser compreendida e em alguns casos até mesmo perdoada. Afinal, somos falíveis.

    O que não se pode aceitar, e aí eu estou com você, é que alguém mate em nome do amor. Quem não mata, e não serão as drogas e a bebida que vão justificar esse tipo de coisa.

    O ser humano sabe o que faz, e quando faz o mal é porque tem a índole voltada para o mal. Você também está certa quando diz que devemos controlar os nossos sentimentos. Onde iremos parar se agirmos com violência diante de cada contrariedade?

    Um abração...

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