01 agosto 2011

Peça "estrelada" pela neta de Lula é bancada pela Oi

Primeiro foi a transação de R$ 5 milhões entre a Telemar (atual Oi) e a Gamecorp, que tem como sócio Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, operação que está sob investigação do Ministério Público (até quando a gente não sabe!). Depois vieram as histórias, verídicas, diga-se de passagem, dos passaportes diplomáticos para os filhos e os fins de semana da família no Forte dos Andradas - Guarujá – SP.

Agora, a Oi vai financiar uma peça de teatro que terá no elenco Maria Beatriz Lula da Silva Sato Rosa, a Bia, neta de Lula.


A reportagem assinada por Nádia Guerlenda Cabral, Andreza Matais e Fernanda Odilla, foi publicada neste domingo (31/07) na Folha.

A peça Megera Domada, de Shakespeare, marcará a estreia de Bia Lula, 16 anos, filha de Lurian Lula da Silva, nos palcos. A Oi foi a única empresa, ao menos até aqui, que se dispôs a patrocinar o projeto via Lei Rouanet. A concessionária de serviços públicos vai bancar R$ 300 mil, quase metade do custo da produção, de R$ 639,4 mil.


Aos 16 anos, Bia já deve estar entre as mais bem pagas atrizes amadoras do nosso teatro, coisa que “nunca na história desse país” aconteceu. Mas como o que manda aqui é a influência e o nível de bajulação, não deve demorar muito para que a menina chegue a uma novela da Globo, às capas da Playboy ou, logo que atinja a maior idade, a uma nova edição do BBB.

A Oi afirma que "é uma das maiores patrocinadoras de projetos culturais" do país e que "não opina no processo de seleção do elenco". A empresa também negou ter recebido quaisquer benefícios do governo federal. Como sempre acontece, Lula, através de sua assessoria, disse que que não sabe de nada e desconhece o patrocínio.

- É uma operação entre a Oi e a produção da peça. Lula não tem nada a ver com isso – explicou um assessor do ex-presidente.

O produtor Oddone Monteiro disse que convidou Bia Lula para participar do elenco porque sabia que ela atrairia a atenção, mas negou que tê-la na peça ajude no patrocínio. Que coisa fofa, não? Ou o cara é um anjo de pureza e inocência ou pensa que somos imbecis! Aliás, acho que nem uma coisa nem outra: ele não passa de mais um esperto que sabe que nós, idiotas contribuintes, não vamos reagir!

O Ministério da Cultura informou que a prorrogação da captação de recursos está dentro do prazo normal, justificação desnecessária quando se sabe que o órgão é dirigido por Ana de Hollanda, a irmã do Chico, “que ganhou tanto dinheiro encantando a juventude da década de 1970 com parolas em prosa e verso sobre liberdade e moralidade”, e agora se bandeou para o palanque do governo, “como se estivesse a defender uma causa justa, honesta e patriótica”.

O custo de produção da peça, já dissemos, beira os R$ 650 mil, o que não deve ser problema, até porque se nenhuma empresa privada bancar a diferença, a Petrobrás, a Embratel, a Eletrobrás ou o Banco do Brasil estarão aí mesmo para assumir esse importante e glorioso encargo.

Enquanto isso, as ambulâncias do SAMU deixam de socorrer os miseráveis por falta de macas, que ficam nos corredores dos hospitais públicos que não têm leitos para receber os doentes. Esse é o retrato do Brasil: “um país de todos”!


Fonte: Folha



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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