O traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, apontado como o chefe do tráfico de drogas da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi preso na madrugada desta quinta-feira (10/11), numa bem montada operação policial que precede a instalação da UPP local.
Na quarta-feira (09/11), a Polícia Federal já havia prendido outros traficantes em fuga da Rocinha e os policiais que os escoltavam. Os traficantes presos são conhecidos pelos apelidos de Peixe e Coelho, este apontado como um dos principais comparsas de Nem.
A operação é parte da movimentação das forças de segurança pública antes da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora - UPP na Rocinha, o que deverá ocorrer até o próximo domingo (13/11). Os detalhes da ação, segundo o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, serão mantidos sob sigilo.
Um dos policiais militares envolvidos na ação, o soldado Heitor, disse que os homens que ajudavam na fuga do criminoso chegaram a oferecer R$ 1 milhão para que o grupo fosse liberado.
- Primeiro, eles ofereceram R$ 20 mil, depois, R$ 1 milhão para liberarmos eles - contou o soldado, um dos agentes do Batalhão de Choque que abordou o veículo usado na tentativa de fuga do traficante. O bandido estava no porta-malas do carro de luxo e foi preso com apoio da Polícia Federal.
Segundo Heitor, além do traficante, mais três homens estavam no carro usado na fuga de Nem da Rocinha. A primeira abordagem ao grupo foi na saída da Rocinha, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Lá, os PMs pediram para revistar o veículo. Um dos homens do grupo se apresentou como funcionário do Consulado do Congo e outro, como advogado. Eles informaram aos policiais que não aceitariam ser revistados. De acordo com soldado Heitor, os agentes informaram, então, que escoltariam o carro até a sede da Polícia Federal.
Ainda de acordo com o soldado, pouco depois da meia-noite, quando cruzavam a região da Lagoa, também na Zona Sul, os homens pararam o carro, se aproximaram dos policiais e tentaram negociar o suborno.
- O cônsul (foi assim se apresentou um dos componentes do grupo) ofereceu propina e nós não aceitamos. Chamamos a Polícia Federal, que é um procedimento normal por ele ser cônsul - contou o soldado.
Heitor informou que após a chegada da Polícia Federal à Lagoa o veículo foi revistado e Nem foi achado no porta-malas.
- A PF identificou o Nem de imediato. E o Nem não disse nem uma palavra, não ofereceu resistência.
Fonte: G1
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |