23 abril 2012

Salve Jorge!

Imagem: Ed Ribeiro
Venerado como mártir cristão, São Jorge foi um padre e soldado no exército do imperador romano Diocleciano e na hagiografia é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana) e em diversos cultos das religiões afro-brasileiras, onde é sincretizado na forma de Ogum.

Sua figura foi imortalizada no conto em que mata o dragão.

Considerado um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.


São Jorge é santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (que tem como protetor oficial São Sebastião).

A famosa oração a São Jorge é considerada um amuleto para muitos devotos. Parte dela diz:

“Armas e fogo, o meu corpo não alcançarão. Facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar”.




E é justamente com o intuito de se proteger que muitas pessoas, além da fé guardada no coração, carregam no corpo uma tatuagem do "Santo Guerreiro". É o caso, por exemplo, de Andres Atahides, que resolveu tatuar as costas:

- Aprendi que as traições vêm pelas costas. Como não posso ver pelas costas, a tatuagem serve como um escudo protetor.




Assim como Andres Atahides, milhares de outros devotos Brasil afora usam a tatuagem como forma de buscar a proteção e mostrar sua gratidão a São Jorge. A fisioterapeuta Eugênia Vieira, por exemplo, tem duas tatuagens no corpo, uma delas em homenagem ao santo protetor.

Voltando no tempo, Eugênia diz que cresceu "vendo a imagem do santo" em sua casa e sabe que é ele quem a protege.

Ela conta que após o falecimento do pai, a relação com o santo ficou ainda mais forte.

- Meu pai faleceu há 12 anos e desde então, eu carrego imagens de São Jorge comigo, em forma de pingente. Há um ano resolvi tatuar a imagem. É uma homenagem ao santo e a meu pai - diz a moça.

Para o teólogo Manoel Filho, São Jorge é um santo que está na moda. Ele explica que em cada período histórico a expressão da fé se adéqua com a linguagem.

- As novas linguagens e os novos tempos vão adequando a fé. No cristianismo primitivo as imagens dos santos eram pintadas nas lápide das sepulturas. Na idade média elas eram pintadas nos vitrais góticos. No Renascimento, as imagens eram feitas nos tetos das catedrais. A expressão da fé se adéqua com o tempo, e esse tempo atual é o da tatuagem. A fé é a mesma, o que muda é a linguagem.

O teólogo diz que para esses devotos que não frequentam igrejas, as imagens que carregam em seus corpos podem ser consideradas como um amuleto.

- Essa fé é uma fé difusa, é uma fé não institucionalizada. E isso é uma ação do pós-moderno, que reedita o sagrado, que é um sagrado sem instituição - concluiu.

Alguns Estados da Federação são criticados por instituírem feriados religiosos ou mais feriados do que lhes é permitido (no caso, apenas um relativo a data magna estadual), o que causa interferência nas relações trabalhistas, cuja competência é exclusiva da União. É o caso dos feriados de terça-feira de Carnaval, de São Jorge e da Consciência Negra, no Rio de Janeiro, que são questionados por ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal - STF.

Não tenho dúvidas de que a gente brasileira não está nem aí para para o que vai resolver o STF. Com feriado ou sem feriado, São Jorge é e continuará sendo seu escudo protetor. Por isso, salve Jorge!


Fontes: Wikipédia e G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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