Fontes não identificadas informaram ao site taiwanês Digitimes, que o gigante Google pretende lançar um tablet próprio em julho próximo. De acordo com a publicação, o aparelho chegará ao mercado com preços fixados na faixa dos US$ 199 (R$ 406) a US$ 249 (R$ 508), o que vai permitir a concorrência com o Kindle Fire, da Amazon, e o iPad, da Apple.
O tablet, que de início terá apenas conexão Wi-Fi, seria fruto de uma parceria entre o Google e Asus, a fabricante do produto. O gadget possui uma tela de 7 polegadas, processador NVidia Tegra 3 quad-core, Android 4.0 (Ice Cream Sandwich).
Ainda segundo as mesmas fontes, o Google teria encomendado cerca de 600 mil unidades para o lançamento, mas já estaria preparando a produção de 2 milhões de outras peças ao longo de 2012.
Caso as informações sejam verdadeiras, a expectativa é que a empresa anuncie seu tablet na Google I/O, uma conferência para desenvolvedores que acontecerá em San Francisco, entre os dias 27 e 29 de junho.
Que o Google está investindo na área dos tablets não é nenhuma novidade, até porque eles se transforaram na aposta das grandes marcas, onde se inclui, por exemplo, a NVidia, que antes de limitava ao desenvolvimento e fabricação de placas de vídeo.
Para nós, o problema será o preço que os tablets vão ostentar no momento em que chegarem no mercado brasileiro. Considerada a vilã dos produtos importados, a carga tributária brasileira é apontada pelos especialistas como uma das principais razões para que marcas tidas como populares no exterior sejam vistas como grifes no Brasil, o que certamente vai acontecer com os aparelhos porventura oferecidos pelo Google.
- A carga tributária no Brasil é muito concentrada em produtos. Para todos os produtos produzidos e vendidos no país, há incidência de IPI, PIS, Cofins e ICMS, que tem o maior peso. Para os itens importados, há ainda o Imposto sobre Importação, que é a cereja do bolo - disse André Mendes Moreira, professor e advogado tributarista do escritório Sacha Calmon Misabel Derzi Consultores e Advogados.
Querem um exemplo disso? Devido à cobrança de impostos, o Smart, um carro considerado popular no exterior, chega ao mercado nacional valendo cerca de R$ 64 mil. Nos Estados Unidos ele pode ser comprado por R$ 20 mil, praticamente um terço do preço!
E a coisa não fica aí. Itens de consumo pessoal, como perfumes, maquiagens e relógios apresentam variações proporcionais. Enquanto um perfume Polo Ralph Lauren custa R$ 85,93 nos Estados Unidos, no Brasil ele pode ser encontrado por R$ 199. O mesmo acontece com sapatos e roupas.
- Produtos importados têm seu valor acrescido de vários tributos que incidem sobre a importação e taxas aduaneiras. Além disso, há ainda os custos com intermediários aduaneiros e logística. Tudo isso sem contar com a parcela que é destinada ao lucro do próprio vendedor no Brasil.
O final da história o consumidor brasileiro já conhece:
- Produtos importados têm seu valor acrescido de vários tributos que incidem sobre a importação e taxas aduaneiras. Além disso, há ainda os custos com intermediários aduaneiros e logística. Tudo isso sem contar com a parcela que é destinada ao lucro do próprio vendedor no Brasil. Resultado: produtos que, no exterior, são vendidos comumente em lojas de departamento, viram, literalmente, artigos de luxo quando importados e revendidos no Brasil - disse Letícia do Amaral, diretora do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT.
Mas como a esperança é a última que morre, vamos torcer para que os gadgets do Google, se confirmada a informação passada ao portal Digitimes, cheguem aqui a um preço acessível para os mortais comuns. Você acredita nisso?
Fonte: Olhar Digital
 |
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
