20 novembro 2011

A sociedade brasileira quer participar da decisão sobre Belo Monte

Acabei de assinar a petição em que o Movimento Gota D’ Água pede a "interrupção imediata das obras de Belo Monte e a abertura de um amplo debate" onde a sociedade brasileira possa refletir e opinar sobre o modelo de progresso que ela quer para o país e suas consequências.

A inciativa visa chamar a atenção do governo federal e da classe política para os "os argumentos da população do Xingu, dos ambientalistas, técnicos e cientistas verdadeiramente empenhados em achar soluções para o desenvolvimento sustentável do Brasil", dando fim aos discursos de palanque e avançando na direção de uma discussão verdadeira em prol de políticas alternativas de geração de energia sustentável capazes de produzir a força necessária ao desenvolvimento brasileiro, sem arruinar um ecossistema da magnitude da área de Belo Monte, a mais polêmica obra do PAC.

O braço técnico da campanha é formado por especialistas ligados a duas organizações de reconhecida importância para a causa: o Movimento Xingu Vivo Para Sempre e o Movimento Humanos Direitos. Assista o vídeo da campanha!






O debate mais amplo ganha maior importância a partir do momento em que a sociedade brasileira toma conhecimento do desastre ambiental em curso no Campo do Frade, na Bacia de Campos - RJ, onde a empresa americana Chevron está derramando petróleo desde a última quarta-feira, sem uma providência efetiva por parte das autoridades competentes.



Aliás, segundo matéria hoje veiculada no O Globo, "o Brasil não está preparado para evitar ou conter vazamentos de petróleo", já que os investimentos em tecnologia preventiva são mínimos e o Plano Nacional de Contingência previsto em lei nunca saiu do papel. Esse é apenas um exemplo do despreparo que, a meu ver, reforça a necessidade de ampliação da discussão sobre a megalomaníaca obra de Belo Monte. Além disso, há que se pesar, e muito bem, a questão do custo/benefício e o ralo da corrupção que certamente será instalado no canteiro de obras do empreendimento. Ao lado do custo ambiental, há o financeiro, que hoje, sem os "aditivos" que certamente surgirão pelo caminho, está orçado em cerca de R$ 30 bilhões. Isso mesmo: R$ 30 bilhões! E se você não sabe, anote aí: 80% dessa fábula de dinheiro, ou seja, R$ 24 bilhões, serão pagos pela sociedade brasileira. Você não acha que isso precisa ser melhor discutido? Assine a petição e vamos abrir o jogo, sem blefes ou cartas na manga. Nós temos esse direito!



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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