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Na coluna de opinião que mantém no New York Times (certamente não escrita por ele), Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente brasileiro que agora "trabalha em iniciativas globais" com o Instituto Lula, escreveu nesta terça-feira (16/07), que os movimentos de protestos de rua não significam que a sociedade brasileira rejeita a política do país, mas mostram, isto sim, que ela quer "aumentar o alcance da democracia e encorajar o povo a atuar mais completamente".
No início do texto (cuja íntegra, em inglês, você pode ler clicando aqui) Lula diz estranhar o fato de os protestos acontecerem justamente num país democrático (bem ao contrário do que ocorreu em 2011 no Egito e na Tunísia) e com boa conjuntura econômica (o que já não acontece na Espanha e na Grécia), o que demonstra, na visão do ex-presidente, que os protestos refletem o resultado do sucesso brasileiro nas áreas social, econômica e política, o que acabou gerando na população o desejo de acesso a serviços públicos melhores.
Lula escreveu ainda, que a democracia não é um "compromisso com o silêncio", mas um fluxo constante, com debate e definição de prioridades e desafios, destacando que a sociedade já entrou na era digital, mas os políticos continuaram "analógicos", o que obriga a renovação das instituições democráticas, afirmação no mínimo estranha para quem está no poder há mais de doze anos, e pelo menos até o início das manifestações, nada fez no sentido de mudar a caótica, suja e corrupta atividade política desenvolvida no país, mas principalmente pelo Partido dos Trabalhadores - PT, onde ele é a estrela maior.
Talvez Lula não tenha lido, mas um editorial publicado no dia 20 de junho no diário britânico Financial Times registra que os maiores protestos vistos em nossas ruas nos últimos 20 anos mostram que os brasileiros se deram conta de que o "glorioso novo país" propagado pelo governo não passa de uma "fantasia", destacando que que "não há problema" em cultivar a imagem global do Brasil com investimentos de US$ 12 bilhões em estádios de futebol, mas "não quando a vida é tão dura para a maioria", que paga "impostos iguais aos de primeiro mundo" e recebe em troca "serviços públicos de má qualidade de países em desenvolvimento".
Tomara que o povo brasileiro saiba interpretar e responder, nas urnas, a mais essa tentativa de manipulação por parte de Lula e sua gente. É esperar pra ver, mas com um olho no padre e o outro na missa. Não desliga, Brasil!!!
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
