Foto: reprodução |
Duas ocorrências, no mínimo absurdas, envolvendo motoristas e o trânsito cada vez mais louco da cidade de São Paulo convidam a uma reflexão. Na primeira, uma jovem perdeu a vida por dirigir em velocidade excessiva. Na outra, ao contrário, uma mulher foi agredida porque trafegava em baixa velocidade.
A jovem Giovana Dias de Souza Alves (à direita, na imagem acima), de apenas 19 anos, que trabalhava em um banco em Praia Grande, estava voltando para casa, em Itanhaém, na última segunda-feira (25/11), quando morreu após tirar uma foto ao volante de seu carro, acredite, a 170 km/h, o que tudo indica, já se tornara um hábito em sua forma de dirigir. Com efeito, em uma imagem postada há alguns meses em uma rede social, ela mostrou o velocímetro do veículo que conduzia à época marcando 180 km/h.
O estado em que ficou o carro de Giovana (foto: reprodução) |
Segundo a polícia, Giovana teria perdido o controle de seu carro na altura do Km 315 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, batendo na pilastra de sustentação de uma passarela. O veículo ficou completamente destruído e a jovem teve morte instantânea.
No outro caso, levado a registro no 15º Distrito Policial da cidade, no Itaim Bibi, a publicitária Jessica Otte (à esquerda da foto que ilustra o post), de 24 anos, foi agredida durante uma discussão de trânsito ocorrida sábado (23/11) na esquina da Rua Groenlândia com a Avenida Brigadeiro Luis Antonio, nos Jardins, em São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Jessica dirigia seu carro normalmente, até que o motorista de uma pick-up Hilux que vinha logo atrás, aparentando mais ou menos 50 anos de idade, começou a pressioná-la para fazer uma ultrapassagem. Ela ocupava a faixa da esquerda, das três existentes na rua, e mesmo dirigindo em velocidade compatível com o local tentou dar passagem ao homem, o que não conseguiu por causa da péssima visibilidade e pela presença de outros carros na pista, o que impediu que ela trocasse de faixa.
Ainda de acordo com a Jessica, o motorista começou a sinalizar com o farol alto, e assim que os carros pararam no sinal de trânsito existente entre a Rua Groenlândia e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, ele colou o para-choque da pick-up na traseira de seu carro e começou a buzinar, mesmo com o sinal ainda no vermelho.
Incomodada com a buzina, a publicitária conta que colocou o braço para fora e apontou para o semáforo vermelho, como que a dizer “não tenho o que fazer”. O motorista, então, começou a bater com o seu carro na traseira do Fiesta onde estavam as duas mulheres. Segundo Jessica, quando ela desceu do seu veículo, o homem passou a xingá-la de "tudo quanto era nome e fazer ironias", dizendo que ela "estava de ‘conversinha’ com a esposa”, numa alusão à sua acompanhante, Amanda Carbone, de 28 anos. Ela, então, resolveu tirar fotos da colisão e também da placa da Hilux, o que bastou para o motorista a agredisse com um soco no rosto e empurrões, no que foi ajudado por uma mulher que chegou ao local e estacionou seu carro sobre a calçada.
Montagem mostra detalhes da situação vivida por Jessica (foto: reprodução) |
As agressões só cessaram quando Amanda pegou o celular e ligou para a polícia, momento em que os agressores correram para os seus respectivos carros e fugiram. Ferida no rosto e no braço, Jessica foi direto para a delegacia fazer o registro da ocorrência.
Segundo a polícia, o agressor já foi identificado. Ele é dono de um posto de gasolina na região do Morumbi e deverá prestar depoimento nos próximos dias. Sua identidade, não se sabe porque o mistério, não foi divulgada.
Afinal, onde estamos, e onde vamos chegar com tamanha violência? Você já enfrentou ou assistiu situação idêntica? Deixe um comentário.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |