09 maio 2014

Filha de José Dirceu fura fila na Papuda de carona em carro oficial

Joana Saragoça, filha de José Dirceu (foto: reprodução)

Não tem jeito! Não tem ministro, juiz, tribunal dessa ou daquela instância, vara de execuções, lei, Constituição Federal ou o escambau. No Brasil de hoje, quem manda é o político, pouco importando se ele está do lado de dentro ou do lado de fora de uma penitenciária, e que crime ele tenha cometido, principalmente se ele for do PT e a cadeia estiver na jurisdição de um governador do partido. Você não acredita? Acha que é intriga da oposição? Então preste atenção nessa historinha. Joana Saragoça, uma das filhas de José Dirceu, furou a fila dos parentes de detentos para visitar o pai e entrou na penitenciária da Papuda em companhia de Wilton Borges, um dos chefes de inteligência do sistema prisional, pegando carona em um veículo de placas frias da administração do Distrito Federal, governado, claro, pelo petista Agnelo Queiroz.

Assim agindo, a dondoca evitou a longa fila de familiares de presos que começa a ser formada no final da tarde do dia anterior ao da visita na entrada do presídio. Ela chegou às 8h55 e foi direto para o interior do presídio, utilizando a entrada de funcionários.

Em um primeiro momento, tática preferida do político apanhado com as calças na mão, o governo do Distrito Federal disse não tinha conhecimento da carona, mas depois, percebendo o tamanho da burrada, divulgou nota explicando que Joana estava apenas ajudando, tipo voluntariado, em uma "investigação interna" sobre a possibilidade de Dirceu vir a fazer uma greve de fome em protesto por ainda não ter sido autorizado a trabalhar fora do presídio. De acordo com fontes do governo, como as notícias da greve estavam "tendo repercussão no presídio", a moçoila teria sido "convidada a colaborar" com a apuração, mas estava "se sentindo insegura" de ir sozinha ao presídio, daí a necessidade da carona.

Desde que foi preso, Dirceu já foi acusado, o que também aconteceu em relação a outros presos do mensalão, de obter privilégios na Papuda, como comida diferenciada e até o uso de celular, o que gerou uma investigação arquivada pela direção do presídio.

Só uma pergunta: se mais presos ameaçarem fazer greve de fome, seus parentes também gozarão do privilégio dado a Joana? O que você acha? Deixe o seu comentário.






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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