Com cerca de 267 nascimentos e aproximadamente 108 mortes a cada minuto, a população mundial chegará a 7 bilhões de pessoas em 2011, segundo projeção do grupo de pesquisa Population Reference Bureau.
No meio desse contingente visualmente inimaginável de pessoas, mais de um bilhão sofre com a falta de água limpa. Em razão disso, é enorme a disseminação de doenças como a diarréia, que além de prejudicar o crescimento, matam milhões de crianças em todo o planeta.
A criação de filtros de água mais eficientes poderiam, com certeza, evitar a ocorrência de tantas mortes e tanta dor.
O jovem Yi Cui, professor de Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade de Stanford, acha que conseguiu criar um filtro que extermina as bactérias causadoras dessas doenças, ao invés de simplesmente excluí-las através de poros, como os energeticamente dispendiosos filtros comuns.
O invento de Yi Cui é uma combinação de pequenos cilindros de carbono, conhecidos como nanotubos, e fios de prata, dispostos em cima de uma pequena tira de tecido de algodão. Considerando que a prata é conhecida por matar bactérias, o professor Cui calculou que forçar microorganismos a passar perto do material, sem necessariamente prendê-los poderia matá-los.
Ele também suspeitou que se uma corrente elétrica fosse canalizada pela prata isso ajudaria na eliminação das bactérias, já que campos elétricos têm a habilidade de quebrar as membranas ao redor de células bacterianas. Apesar da prata ser uma boa condutora, o carbono é mais barato, e os nanotubos fornecem a condutividade elétrica excedente necessária.
Para fazer o novo filtro, a equipe de Cui mergulhou tiras de tecido de algodão em uma tinta contendo os nanotubos. Depois, usaram pipetas para colocar os fios de prata, que haviam sido suspensos em metanol, na superfície das tiras. Uma vez secos, os novos filtros foram conectados a uma bateria, e receberam água contendo E. coli, uma espécie de bactéria comum na água. Algumas gotas da água filtrada em cada experimento foram espalhadas por uma placa de incubação para ver o que havia restado.
A equipe de Cui descobriu que, quando o filtro era operado a -20 volts, matava 89% das bactérias e, a +20 volts, o percentual de eliminação chegava a 77%. A zero volts, a maioria das bactérias sobreviveu. Em um novo experimento, no qual a água contaminada passou por três dos novos filtros em seqüência, 98% das bactérias morreram.
Usar a prata assim pode parecer caro, mas não é. A quantidade envolvida é minúscula, o mesmo ocorrendo com a eletricidade necessária para manter o filtro carregado, o que até um pequeno painel solar pode fazer. O filtro em si pode durar para sempre. O próximo teste, então, é verificar se o novo aparelho mata todo o escopo de bactérias perigosas contidas na água poluída. Se isso acontecer, a água potável, talvez a maior necessidade da vida humana, pode se tornar muito mais acessível, evitando mortes e sofrimento nos quatro cantos do mundo.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Que fantástico! Esperemos que dê certo!!!!! Parabéns pela postagem! abraços.
ResponderExcluirÉ isso aí, Della!
ResponderExcluirÉ torcer muito para que a idéia se torne realidade. E se isso acontecer, bater muitas palmas pra esse tipo de "genio" que trabalha em benefício da humanidade.
Um abração...
Olá Roberto querido!
ResponderExcluirBem, eu já li muitas coisas sobre "possibilidades" reais (viáveis e inviáveis) para a limpeza/filtração da água. Então, com todos os recursos tecnológicos e avanços em pesquisas, tenho certeza que isso é possível. Sinto algumas vezes que o alerta, apesar de necessário, para a conscientização soa mais como ameaça derradeira...enfim, meu amigo, acho que depois fica a questão dos investimentos nesses projetos. Isso sabemos que é o X da questão, afinal todos querem levar vantagens econômicas e políticas em tudo o que envolve necessidade humana básica... Não sei ainda como não começaram a negociar o oxigênio para pagarmos...
Gostei bastante da matéria, meu querido!
Grande beijo,
Jackie
Você tocou num ponto importante, Jackie!
ResponderExcluirMuitos projetos, como esse do professor Cui, acabam caindo no esquecimento por falta dos investimentos necessários, o que na maioria das vezes decorre da interferência de grupos interessados em evitar seu desenvolvimento, também, claro, por interesses financeiros, independentemente do fato deles interessarem ou não aos humanos. E como quem manda é o dinheiro...
Um abraço, Jackie...