O que você faz para se sentir bem e afastar o risco de depressão que ronda cada um de nós nesse mundo tão cheio de crueldade e intolerância? Será que existe uma fórmula mágica para se chegar à felicidade? Aliás, será que a tal "felicidade" existe?
Perguntas como estas, tenho certeza, serão respondidas de mil e uma formas diferentes. Particularmente, acho que a felicidade não existe, até porque dela não podemos afastar os momentos de decepção e dor que nos infligem, por exemplo, um amor não correspondido ou a perda de ente querido.
A única forma de construir uma existência próxima da felicidade é valorizar os pequenos prazeres dos momentos felizes agarrados aqui e ali, na árdua luta diária pela sobrevivência. A emoção positiva destes momentos, não duvide, faz a vida parecer mais leve, ainda que momentaneamente.
Essa teoria, que me acompanha há muitos anos, não é um pensamento isolado. Procurando determinar cientificamente o valor dos momentos felizes que vamos acumulando vida afora, a professora de psicologia Barbara Fredrickson, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, fez uma experiência com 86 voluntários e publicou os resultados na revista científica Emotion, editada pela Associação Americana de Psicologia.
Segundo Barbara, quanto mais emoções positivas uma pessoa venha a sentir a cada dia, mais acentuada será a sua capacidade de se recuperar das situações e momentos difíceis que o cotidiano oferta. Ainda de acordo com ela, pesquisas recentes que analisaram imagens do cérebro revelaram que pessoas submetidas a experiências positivas têm atividades em áreas mais ampliadas do córtex, ao contrário de pessoas submetidas a experiências neutras ou negativas, que apresentam atividade em áreas mais concentradas do cérebro.
- Pequenos momentos de prazer fazem florescer as emoções positivas. Elas nos tornam mais abertos - afirma a psicóloga, acrescentando:
- E essa abertura para o mundo nos ajuda a construir recursos que favorecem a recuperação diante da adversidade, nos mantém longe da depressão e nos permite continuar a crescer.
De acordo com o estudo, para negar as decepções que o destino nos reserva, ninguém precisa adotar postura idêntica à de Polyana, jovem que, apesar da sucessão de infortúnios na vida, vivia brincando o “jogo do contente”, através do qual tentava encontrar em tudo o seu “lado bom” e "tornar" o mundo melhor, buscando alegrar-se até em situações francamente insatisfatórias ou achar que a felicidade seja decorrente apenas dos momentos grandiosos. As emoções positivas que produziram mais benefícios durante a pesquisa, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, não tiveram origem nos eventos extraordinários.
- É preciso valorizar os "micromomentos" que podem produzir uma emoção positiva aqui ou ali - recomenda Barbara.
Seguindo meu próprio pensamento e atento aos resultados do estudo, vivi um destes "micromomentos" referidos por Barbara Fredrickson na madrugada de ontem (15/06), assistindo à entrevista e "canjas" dadas por Maria Rita no "Programa do Jô", onde ela e o irmão, João Marcello Bôscoli, deram detalhes do projeto “Viva Elis”, uma série de homenagens que incluem um documentário, biografia, lançamento de site e shows de Maria Rita cantando Elis, marcando os 30 anos da morte da cantora.
Como eu já disse, durante a entrevista de dois blocos, Maria Rita deu palinhas de "Alô, Alô, Marciano", “Madalena”, “Como nossos pais” e “Maria, Maria”, fechando com "Fascinação". Confesso que me emocionei, e sem querer fazer comparações, até porque ninguém é igual a ninguém, viajei no tempo e me reencontrei com Elis. Foi um momento de muito prazer que consegui agarrar e que certamente será usado para enfeitar a minha existência. O vídeo que você logo aí abaixo, de edição simples, foi feito para registrar esse momento. Assista e deixe o seu comentário.
Sobre o Autor:
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |