14 setembro 2012

Revista francesa divulga imagens do topless de Kate Middleton

Liberdade ou libertinagem? Direito de informar ou invasão de privacidade? Aliás, se o fato tivesse ocorrido no Brasil, o mundo inteiro certamente diria que isso é coisa de país subdesenvolvido, de uma república de bananas, da cultura latina. Mas acredite, aconteceu na França, país considerado uma grande potência, com forte influência econômica, cultural, militar e política sobre a Europa e o restante do mundo.

Pois foi exatamente na poderosa França que na semana passada, a Closer, uma revista que vive de pequenos escândalos, pagou a um paparazzi qualquer para obter fotos de Kate, com os seios à mostra, quando ela e o marido, o príncipe William, curtiam férias em uma propriedade de Lorde Linley, sobrinho da rainha Elizabeth II, na cidade de Provença, no sul da França. A reportagem, que ocupa cinco páginas da Closer, chegou às bancas nesta sexta-feira (14/09).

Diante da imediata repercussão, Laurence Pieau, chefe de redação da revista, veio a público e se defendeu:

- Estas fotos não têm nada de chocantes, mostram uma jovem mulher tomando sol com os peitos nus, como se vê milhões de mulheres nas praias - declarou ele à France Press.


Capa e parte interna da Closer (foto: reprodução)

Ainda de acordo com Pieau, "o terraço da casa do visconde Linley, filho da princesa Margaret, é visível da estrada", acrescentando que as imagens foram feitas por um "fotógrafo profissional" que já prestou serviços à Closer em outras oportunidades.

Sem revelar o preço que foi pago pelas fotos, Pieau ainda revelou:

- Tínhamos a notícia de sua chegada a Marselha (sul da França) em um voo comercial da British Airways, temos inclusive uma foto feita no aeroporto, por um particular.

Um comunicado do Palácio de St James, como já era esperado, afirmou que a revista francesa agiu de forma "grotesca" e "injustificável".

- O casal ficou muito triste ao saber que uma revista francesa e um fotógrafo invadiram sua privacidade maneira grotesca e totalmente injustificável.

A nota oficial diz ainda que "o incidente recorda os piores excessos que a princesa Diana de Gales sofreu da imprensa e dos paparazzi durante sua vida e isto foi o que mais irritou o duque e a duquesa", acrescentando que o casal real esperava "desfrutar de privacidade nesta mansão isolada" e que "era impensável que alguém fizesse este tipo de fotografias e, muito menos, que as publicasse".

Uma outra fonte do Palácio de Buckingham teria afirmado advogados franceses estão sendo consultados para analisar as medidas judiciais que o caso comporta.

A mídia, todo mundo sabe, vive de acontecimentos e notícias, sejam eles quais forem e venham de onde vierem. Levar estas "notícias" e "acontecimentos" ao público, na minha opinião, é exercer, na sua forma mais simples, a chamada "liberdade de imprensa".

Por outro lado, divulgar a imagem de quem, por livre e expontânea vontade, vem a público expor seus dotes físicos e intimidades, e aí a referência é feita indistintamente a homens e mulheres, no meu entender, também se inclui no conceito legal a que já me referi acima.

Por isso é que achei, digamos, interessante, quando o chefe de redação da Closer diz que as "fotos não têm nada de chocantes", pois apenas "mostram uma jovem mulher tomando sol com os peitos nus, como se vê milhões de mulheres nas praias". A comparação é idiota, e só pode ser entendida como um recurso de quem não tem como explicar a burrada que fez. Quando a foto divulgada mostra "os peitos nus" de uma mulher que quis mostrar "os peitos nus", tudo bem! Mas quando "os peitos nus" são de uma mulher, seja ela princesa ou plebéia, que não estava em local público e sequer sabia que estava sendo fotografada, a imagem é chocante, sim, e a invasão de privacidade indiscutível e passível de reprimenda, que é o que certamente vai acontecer se a justiça francesa for acionada. Resta saber é se a tal da Closer tem bala na agulha para suportar uma indenização. Eu aposto que não! E você, o que acha deste verdadeiro "embrulho real"?


G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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