05 janeiro 2013

Crack: o inimigo desconhecido


Visando combater o que considera uma epidemia, o governo federal lançou, no dia 7 de dezembro de 2011, o plano "Crack, é possível vencer", que prevê um trabalho conjunto entre os governos federal, estaduais e municipais nas áreas da saúde, segurança pública, defesa de fronteiras e assistência social, começando a liberar recursos, mesmo sem conhecer detalhes do inimigo a ser batido, ou seja, sem ter a exata noção do problema.

Da verba de R$ 4 bilhões programada para ser distribuída até 2014, o governo já liberou R$ 738,5 milhões: R$ 611,2 milhões foram para o Ministério da Saúde, R$ 112,7 milhões para o Ministério da Justiça e R$ 14,6 milhões para o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Tudo indica, porém, e a dica vem do próprio governo federal, que o dinheiro pode estar sendo gasto às cegas. Apesar de admitir que o uso da droga no país atingiu patamares de verdadeira epidemia (o que a mídia e especialistas já alertavam há anos), o governo ainda não conhece o perfil dos usuários, onde eles estão e muito menos a melhor maneira tratá-los.

- Estamos rastreando e assumindo isso, mas não é fácil mensurar, porque é um problema que não temos dimensão e ainda descobrindo qual é a melhor política pública para combatê-lo, mas estamos correndo atrás - disse Helvécio Magalhães, secretário nacional de Atenção à Saúde e responsável pelo tema do crack no Ministério da Saúde.

O Dando Pitacos, por exemplo, já tratava o tema como epidemia desde fevereiro de 2010, quando publicou "Crack: a epidemia da vez". Depois vieram "Crack: um problema de saúde pública", "As meninas do crack", "Seria cômico, se não fosse trágico...", "Crianças e jovens são maioria no "Mapa do Crack" paulista" e "Justiça autoriza internação de usuários de crack". Só o governo federal e as autoridades de saúde do país, fechadas em seus gabinetes refrigerados, nunca enxergaram a gravidade do problema.

A droga é por demais conhecida, mas para quem não sabe, o crack é uma pedra branca, derivada da cocaína, geralmente consumida (queimada) em cachimbos. Seus efeitos aparecem e desaparecem em questão de minutos, provocando problemas neurológicos e respiratórios, entre outros, e seu elevado grau de dependência faz com que o usuário gaste muito dinheiro para manter o vício (o que não raro o leva prática de crimes como furtos e assaltos) e passe a morar nas ruas e viver uma rotina de consumo coletivo nas chamadas cracolândias. Veja como age a droga:

1. O usuário fuma a pedra e em poucos segundos começa a sentir os efeitos da droga

2. A fumaça do crack atinge rapidamente o pulmão, entra na corrente sanguínea e chega ao cérebro, acelerando os batimentos cardiácos, aumentando a pressão arterial e causando a dilatação das pupilas, suor excessivo, tremores e dilatação

3. Os efeitos psicológicos após o uso são euforia, sensação de poder e auto-estima elevados. A forma de uso, não a composição, torna a pedra mais potente. O usuário tem psicose, paranoia, alucinações e delírios

4. O uso frequente do crack acarreta lesões no cérebro, provocando oscilações no humor, perda da função dos neurônios, deficiências na memória e concentração, além de diminuir o desejo sexual

Se tudo isso não bastasse, o usuário da "pedra maldita" pode morrer de doenças cardiovasculares, tais como derrame, infarto e outros males relacionados ao enfraquecimento do organismo, como a tuberculose, por exemplo. O que você acha do assunto? Deixe o seu comentário.








Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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