06 janeiro 2013

Hotel cápsula: resposta do Japão à falta de espaço


A coisa parece uma colmeia urbana, uma espécie de armário gigantesco cujas gavetas acomodam seres humanos, geralmente viajantes, executivos, mochileiros e uma grande quantidade de curiosos. Por isso, se você for ao Japão, não deixe de visitar um dos muitos hotéis cápsula espalhados pelo país.

Cada quarto/cápsula mede cerca de 1 metro de altura por 1 metro de largura, o que assusta um pouco os marinheiros de primeira viagem. As opções são muitas. Os hotéis convencionais oferecem cápsulas geminadas, umas sobre as outras, com escadinhas para acesso às mais altas. A maioria só aceita homens, mas alguns têm alas separadas por sexo.

Se você não sabe (como eu também não sabia), o hotel cápsula, criado em meados da década de 70, é uma das mais famosas e úteis invenções da terra do Sol Nascente. No início, sua finalidade era acomodar trabalhadores que morassem longe do seu local de trabalho ou que simplesmente perdessem o último metrô ou trem, e por isso mesmo precisavam de um lugar barato e prático para passar a noite. Para que você tenha uma ideia, algumas diárias de hotéis localizados próximo às principais estações não passam de 2.800 ienes, que equivalem a R$ 70.

Como muita gente pensou logo no começo, a cápsula não é uma excentricidade japonesa, principalmente se levarmos em conta que o país é cada vez mais carente de espaço. Por tudo isso, segundo a Organização Nacional de Turismo Japonês, o Japão tem hoje cerca de 1.600 hotéis desse tipo.

Se você visitar um deles, não esqueça: a primeira coisa a fazer é tirar os sapatos. No Shinjuku Kuyakushomae Capsule Hotel, por exemplo, isso ocorre antes mesmo do hóspede chegar à recepção. Depois de guardar os calçados em uma pequena gaveta e pegar a chave, é hora de guardar os pertences em outro armário. As malas maiores devem ser deixadas na recepção, e aí, para muitos, o maior inconveniente da estadia, pois será preciso solicitar a presença de um atendente sempre que for preciso buscar algum objeto que ficou na bagagem.

Outro inconveniente, ao menos para os mais introvertidos, surge na hora do banho. O lavatório é compartilhado por todos os hóspedes, que seguem a tradição japonesa: o banho é tomado sentado, com uma mangueirinha, sem sabonete ou xampu. Depois, ainda por conta da tradição, a ordem é entrar num ofurô com hidromassagem coletivo e relaxar, deixando de lado o pudor. Quem tem sono leve também sofre outro incômodo: qualquer ruído feito pelo vizinho, de cima, de baixo ou das laterais, não tem jeito, é ouvido, inclusive os mais desagradáveis.

As cápsulas podem parecer pequenas, mas são dotadas de TV, controle remoto e uma tomada para carregar celulares ou outros equipamentos eletrônicos. Além disso, todas têm livre acesso à internet.

Os hotéis cápsula fizeram tanto sucesso que se espalharam pelo mundo. Dormitórios semelhantes podem ser encontrados hoje em aeroportos como os de Heathrow e Gatwick, em Londres, o Schipol, em Amsterdã, na Holanda.

Se você for ao Japão, algo que eu sempre quis fazer mas ainda não rolou, não deixe de curtir essa experiência. No mínimo, deve ser muito divertido. O valor das estadias varia de US$ 30 a US$ 80 por noite. No Nina Hours, localizado no centro de Kyoto, a diária é de 4.900 Ienes ou R$ 120, aproximadamente. E não esqueça: use o trem-bala. Sua aventura ficará completa. Gostou da matéria? Deixe o seu comentário.


G1







Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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