09 dezembro 2014

Empreiteira pagou R$ 886 mil a empresa de José Dirceu

José Dirceu (foto: reprodução)

Depois de contratar os "serviços" de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, condenado por corrupção no escândalo do mensalão e político mais influente na Petrobras nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, a Camargo Corrêa, ganhou da estatal dois contratos para a realização de obras na Refinaria Abreu e Lima, no valor de R$ 4,7 bilhões, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal na sede da empreiteira.

Os contratos, segundo depoimentos prestados por Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef, foram fechados mediante pagamento de propina ao Partido dos Trabalhadores - PT e ao Partido Progressista - PP. O responsável pela contratação foi Renato Duque, indicado por Dirceu para o cargo de diretor de serviços da empresa. Ele também é acusado por Costa, Youssef e um empreiteiro de cobrar propina para o PT.

A nova possível mutreta do capo Dirceu foi descoberta pela Polícia Federal há três semanas, durante buscas na sede da Camargo Corrêa. Documentos apreendidos na operação  expõem a relação promíscua entre políticos que detêm ou detinham influência em estatais e as grandes empreiteiras do país, como a Petrobras, por exemplo, e reforçam, com evidências flagrantes, a acusação de que referidas empresas formavam um cartel para assegurar os maiores contratos da estatal brasileira, deixando claros novos casos de corrupção em outros órgãos do governo e até mesmo no exterior.

A assinatura do contrato entre a Camargo e a empresa de Dirceu, a JD Assessoria, aconteceu em em 21 de fevereiro de 2010. Seu objeto não é claro, apenas prevendo que Dirceu faria a análise de “aspectos sociológicos e políticos do Brasil” e prestaria "assessoria na Integração dos países da América do Sul”, além de divulgar o nome da Camargo na comunidade nacional e internacional e fazer palestras e seminários em assuntos de interesse dela. No contrato, que é marcado como sigiloso, o mensaleiro deveria receber (e recebeu) R$ 75 mil por mês. Assim, entre maio de 2010 e fevereiro de 2011, a JD faturou R$ 886,5 mil.


Foto: reprodução

No mesmo mês da assinatura do contrato com a empreiteira, o Consórcio CNCC, do qual faz parte a Camargo, ganhou dois contratos, no valor de R$ 4,7 bilhões, para fazer "serviços de implantação de unidade de coqueamento" na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Com base nas evidências documentais e nos depoimentos de testemunhas e delatores, os procuradores e a Polícia Federal suspeitam que os contratos tenham sido superfaturados e fechados à base de propina.

E você, o que acha? É mais um "arranjo" da quadrilha que tomou de assalto a Petrobras ou tudo não passa de mais uma intriga da mídia? Deixe o seu comentário.






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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