02 fevereiro 2012

O homem e a destruição do Planeta

O tal do pré-sal nem engrenou ainda e já surge o primeiro vazamento de óleo no Campo de Carioca Nordeste, operado pela Petrobras na Bacia de Campos, a 250 km do município de Ilhabela, no litoral norte do Estado, que deixa visível uma mancha de 70 km quadrados. É claro, lógico e evidente que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal - MPF vão abrir inquéritos para investigar causas e culpados, mas no fim de tudo, acredite, a Natureza será a única a sofrer punições.

O badalado Plano Nacional de Contingência - PNC, previsto para ser aplicado nos casos de grandes vazamentos de petróleo no mar brasileiro, dizem as autoridades, já está pronto, mas incrível, falta decidir de onde vão sair os recursos para a sua implantação.

Eu sugeriria um percentual de 10% sobre toda a corrupção que assola o país. Grande ideia, você não acha?

Mas o problema não está apenas no pré-sal. O Pantanal, que é a maior planície inundável do planeta e cujos ciclos anuais de cheias e secas são fundamentais para a vida de milhares de espécies, além de terem importantes impactos econômicos, como a fertilização natural dos campos, está sob ameaça.

De acordo com um estudo divulgado hoje (02/02), realizado ao longo de três anos pela WWF, The Nature Conservancy e Centro de Pesquisas do Pantanal, metade da bacia do rio Paraguai, que abriga o Pantanal, está sob alto ou médio risco ambiental, apontando as hidrelétricas e outras atividades humanas como as maiores ameaças. Planaltos e chapadões que rodeiam o Pantanal, onde nascem os principais rios da bacia, seriam as áreas que enfrentam os maiores riscos. A pesquisa, que avaliou regiões no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina, tem como objetivo subsidiar os governos dos quatro países no desenvolvimento de uma agenda de adaptação do Pantanal às alterações do clima.

Segundo o estudo “a bacia do rio Paraguai apresenta alto risco ecológico potencial, requerendo ações urgentes e prioritárias de proteção das cabeceiras”. Mas o homem tudo faz para contrariar os conselhos de preservação e cerca de 115 barramentos (barragens e hidrelétricas), apontadas como um dos principais fatores de risco, devem surgir no Pantanal nos próximos anos.

- Barramentos ameaçam a duração e a intensidade dos ciclos de cheias e vazantes, colocando em cheque a vida, economias e populações que dependem do equilíbrio ecológico do Pantanal - afirmou Albano Araújo, coordenador da Estratégia de Água Doce do Programa de Conservação da Mata Atlântica e das Savanas Centrais da The Nature Conservancy.

























Novas medidas, avalia a pesquisa, seriam necessárias para a preservação do Pantanal, e uma delas seria a criação de mais unidades de proteção, principalmente em áreas de cabeceiras. A bacia do rio Paraguai tem hoje 170 áreas protegidas, mas segundo o estudo, sua distribuição não foi feita de forma adequada.

Já entre as atividades humanas, as maiores ameaças seriam a pecuária e a agricultura, mas o desmatamento desordenado e criminoso, as hidrovias, rodovias e a mineração sem fiscalização dos órgãos competentes também são apontados no estudo como fatores de risco. A implantação de medidas de conservação em terras privadas, de melhores práticas de manejo da água e do solo nas atividades agropecuárias seria outra medida aconselhável.

Será que alguém no Parlamento se habilita a defender estas ideias? Ou será que iniciativas deste tipo também deveriam vir da sociedade? Qual a sua opinião?


Fonte: G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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